Apresentação do EmQuatro/William: mudanças entre as edições
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Sou mesmo não. Tenho pressentimentos. Sangro por dentro.<br/> | ''Apresento-me. Eu aqui. Não sou poeta. Sem modéstia.''<br/> | ||
Saem linhas, às vezes. Às vezes, nem isso. De madrugada cos-<br/> | ''Sou mesmo não. Tenho pressentimentos. Sangro por dentro.''<br/> | ||
tima acontecer, de não deixar dormir. Sou mais pra contis-<br/> | ''Saem linhas, às vezes. Às vezes, nem isso. De madrugada cos-''<br/> | ||
ta, é brinquedo mais demorado, pode-se errar mais vezes, Poe-<br/> | ''tima acontecer, de não deixar dormir. Sou mais pra contis-''<br/> | ||
ta não. Pelo menos, não de tempo integral. | ''ta, é brinquedo mais demorado, pode-se errar mais vezes, Poe-''<br/> | ||
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nuvem mezozóica, E brasiliense <sup>_</sup>avis rara <sup>_</sup> o que é, para<br/> | ''EmQuatro. Por acaso, os encontrei. Rosane, sorriso de''<br/> | ||
mim, objeto de estudo. Nevinho, muito eu. Goianos e minei-<br/> | ''nuvem mezozóica, E brasiliense <sup>_</sup>avis rara <sup>_</sup> o que é, para''<br/> | ||
ros, eterna osmose, esse reconhecer-se. Bilau, do Nordeste, a<br/> | ''mim, objeto de estudo. Nevinho, muito eu. Goianos e minei-''<br/> | ||
única litorânea, nos trazendo este vento lestem este sabor de <br/> | ''ros, eterna osmose, esse reconhecer-se. Bilau, do Nordeste, a''<br/> | ||
sal, cruzar nossos caminos com pressa de biga romana.<br/> | ''única litorânea, nos trazendo este vento lestem este sabor de'' <br/> | ||
Por acaso os encontrei, casca de noz que somos neste oceano<br/> | ''sal, cruzar nossos caminos com pressa de biga romana.''<br/> | ||
encapelado. | ''Por acaso os encontrei, casca de noz que somos neste oceano''<br/> | ||
''encapelado. Com certeza, nos separaremos. Ficará o livro, o''<br/> | |||
''trançado de nossas vidas em um momento.''<br/> | |||
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''Apresento-vos. Sois alguns leitores nossos, uns por acaso,''<br/> | |||
''outros por delicadeza de amizade, outros por parentesco, ou-''<br/> | |||
''tros por pontos em comum. Não encontrareis aqui <sup>_</sup> tirai o''<br/> | |||
''cavalo da chuva <sup>_</sup> a chave de nenhuma questão. Esta é apenas''<br/> | |||
''mais uma valsa na dança crua da vida. Urge aproveitá-la bem,''<br/> | |||
''antes que acabe. Valsai!''<br/> | |||
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''Estamos todos apresentados? Que este livro, portanto,''<br/> | |||
''se multiplique pelas cabeças que o lerem. Nem sei por que,''<br/> | |||
''mas que seja assim. E se há como mudar o mundo, que ele se-''<br/> | |||
''ja um passo nessa direção. Assim como está, não... não''<br/> | |||
''dá pra ficar''<br/> | |||
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''Brasília, outubro de 1984'' | |||
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[[Categoria:William Santiago]][[Categoria:Emquatro]] |
Edição das 15h45min de 28 de março de 2009
Apresento-me. Eu aqui. Não sou poeta. Sem modéstia.
Sou mesmo não. Tenho pressentimentos. Sangro por dentro.
Saem linhas, às vezes. Às vezes, nem isso. De madrugada cos-
tima acontecer, de não deixar dormir. Sou mais pra contis-
ta, é brinquedo mais demorado, pode-se errar mais vezes, Poe-
ta não. Pelo menos, não de tempo integral.
EmQuatro. Por acaso, os encontrei. Rosane, sorriso de
nuvem mezozóica, E brasiliense _avis rara _ o que é, para
mim, objeto de estudo. Nevinho, muito eu. Goianos e minei-
ros, eterna osmose, esse reconhecer-se. Bilau, do Nordeste, a
única litorânea, nos trazendo este vento lestem este sabor de
sal, cruzar nossos caminos com pressa de biga romana.
Por acaso os encontrei, casca de noz que somos neste oceano
encapelado. Com certeza, nos separaremos. Ficará o livro, o
trançado de nossas vidas em um momento.
Apresento-vos. Sois alguns leitores nossos, uns por acaso,
outros por delicadeza de amizade, outros por parentesco, ou-
tros por pontos em comum. Não encontrareis aqui _ tirai o
cavalo da chuva _ a chave de nenhuma questão. Esta é apenas
mais uma valsa na dança crua da vida. Urge aproveitá-la bem,
antes que acabe. Valsai!
Estamos todos apresentados? Que este livro, portanto,
se multiplique pelas cabeças que o lerem. Nem sei por que,
mas que seja assim. E se há como mudar o mundo, que ele se-
ja um passo nessa direção. Assim como está, não... não
dá pra ficar
Brasília, outubro de 1984