Apenas uma Mulher

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<poem> Lá vai ela novamente Por caminhos estranhos e irreverentes Brincando com flores e borboletas Achando que pode ganhar o mundo

Lá vai ela novamente Dá um nó nos cabelos Prende a barra da saia nas alças da calcinha Nos pés tamancos, botas ou chinelos

Lá vai ela novamente Acredita no futuro e no amor Não tem medo de bicho-papão Nem de cobra, lagarto ou leão

Lá vai ela novamente Plantar esperança e vida com paixão Na bagagem muitas estórias No coração a fé de que tudo é possível

Lá vai ela novamente Deixa com tristeza amores e afetos Mas sua sina talvez seja essa: arar a terra Para que brotem os amores-perfeitos

Lá vai ela novamente Prefere não olhar prá trás Há muito lhe disseram que seu andar é redondo Também já disseram que pode pisar que nem trator

Lá vai ela novamente Distribuindo sorrisos e colorindo aquarelas Se já feriu foi como as rosas Que espetam, mas não deixam de ser rosas

Lá vai ela novamente Há muito a chamavam daida doida Hoje só doida Mas na verdade não tem rótulo

Lá vai ela novamente Nuvem cigana, biruta ao vento heroína, lenda ou dona-de-si Mas, apenas mais uma mulher...