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Edição das 10h28min de 11 de novembro de 2010
<poem> Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
Carentes Doentes Perdidos Em bando
Procuram o sonho Na pedra de Crack Que, misteriosa De mão em mão vem
Dividida Partilhada Separam-se todos Somem nas ruas
Tão certos do sonho Tão crentes na vida Que vida ? Que vida !
Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
São como urubus Em volta da morte Não querem ser vistos E quem os quer ver ?
Sujos Torpes Resto do resto Não vêem além
Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
Que mundo feio Que mundo triste Que mundo vil
Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
Que vergonha profunda De ter meus caprichos De tantos quereres De tantos melindres
Pedaços de mim Lhes peço desculpas Por ser tão inútil Por ser tão pequena
Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
Quisera poder Dar-lhes meu colo Meu peito Meu leite
Quisera poder Trazer-lhes de volta Afastar os seus medos Tirar dos seus olhos, O vazio da dor
Meninos-trapo Meninos-lixo São como farrapos Com seus andrajos
Quisera poder Lhes dar outra chance.