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De Sexta Poética
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Teu aviso de que vai pegar no sono
Teu aviso de que vai pegar no sono
Minha perna que aprendeu a não escorregar sob o lençol
Minha perna que aprendeu a não escorregar por sobre o lençol
Nossos sofás que andam precisando de um bom banho
Nossos sofás que andam precisando de um bom banho
Meu boa noite que você não ouve
Meu boa noite que você não ouve
Seus boas noites que não me buscam no escritório
Seus boa noites que não me buscam no escritório


Nosso motohome que nunca compramos
Nosso motohome que nunca compramos
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Nossa sessão sorvete com pipocas no final da tarde
Nossa sessão sorvete com pipocas no final da tarde
Seu relógio tirano e ultradisciplinado
Seu relógio tirano e ultradisciplinado
Que nunca foge a rotina
Que nunca foge à rotina


Sua lixeira ao lado de nossa cama
Sua lixeira ao lado de nossa cama
Meu relógio que corre demais e adora fugir da hora
Meu relógio que corre demais e adora fugir da hora
Nosso prazer...
Nosso prazer...
Minha janela que quer ver a lua e estrelas à noite
Minha janela que quer ver a lua e estrelas a noite
Sua janela que quer abrir-se antes que eu me vista
Sua janela que quer se abrir antes que eu me vista


Meus espirros, sua tosse, minhas dores
Meus espirros, sua tosse, minhas dores
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Agora para sempre sob cobertas diferentes...
Agora para sempre sob cobertas diferentes...


::''05/06/2007''
::''Jun/2007''


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{{comentário}}[[Categoria:Zaida]]

Edição atual tal como às 00h04min de 22 de junho de 2011

<poem>

Em 2007 ganhei uma agenda da Tribo, nela meus dias eram
repletos de poemas e por vezes passava os dias mais rápidos
para mais poemas ler.Naquela época me identifiquei muito com uma
poetisa da Tribo, Raquel Lemos. Parece que estávamos vivendo o mesmo
momento poético. Com sua permissão utilizei-me do seu "Um pra
cada lado" para interpor meus sujeitos e pronomes, pois o
restante já estava posto e exposto tal qual era.

Nossa chave que abre nossa porta Que se fecha com seu jeito safado de me olhar Nosso vinho que acabou, tua dificuldade em Trocar o papel higiênico e o creme dental.

Nosso box invisível, o tapete amassado, Tuas roupas impecavelmente dobradas e guardadas Nossas paredes sem quadros, Aquela luz que nunca acendeu

Teu olhar pequeno quando o sono vem batendo Nosso cheiro impregnado pelo quarto Abafa aquele seu perfume que nunca usou Meu lado da cama inclinado sob o peso do seu Nossos travesseiros que me apoiam pelo nosso meio

Teu aviso de que vai pegar no sono Minha perna que aprendeu a não escorregar por sobre o lençol Nossos sofás que andam precisando de um bom banho Meu boa noite que você não ouve Seus boa noites que não me buscam no escritório

Nosso motohome que nunca compramos Tua briga com meus gastos, gatos e cachorros Minha horta, seus livros Nossa mangueira de manga extrema

Nosso filho sempre ao nosso meio A noite que ficou tarde demais Teu carro e botas velhas que não quero mais Nosso trajeto, tua comida vegetariana Minha coca-cola e chocolates

Tuas revistas de história antiga e superinteressantes Minhas plantas para aguar, meu sol e Minha bóia aos domingos Nosso beijo demorado, seus dedos sob meu biquini Na bóia da piscina

Seu sono depois do almoço Meu shopping com as crianças Nossa sessão sorvete com pipocas no final da tarde Seu relógio tirano e ultradisciplinado Que nunca foge à rotina

Sua lixeira ao lado de nossa cama Meu relógio que corre demais e adora fugir da hora Nosso prazer... Minha janela que quer ver a lua e estrelas a noite Sua janela que quer se abrir antes que eu me vista

Meus espirros, sua tosse, minhas dores Sua alergia nas mãos... Uma profusão de pronomes possessivos. Você lá, eu aqui. Um para cada lado.

Agora para sempre sob cobertas diferentes...

Jun/2007