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Olho por aí, não sou olhado | |||
Mesmo assim muito falado por quem nunca me vê | |||
Invisível, eu não sou lembrado | |||
Excepto quando cobrado, acusado de dever | |||
Dizem que eu não pago nem imposto | Dizem que eu não pago nem imposto | ||
Mas o que me foi imposto nessa vida não se diz | Mas o que me foi imposto nessa vida não se diz | ||
Que me foi imposta | Que me foi imposta tanta pobreza | ||
Que eu não tive nem certeza de ter dentes pra sorrir | Que eu não tive nem certeza de ter dentes pra sorrir | ||
Foi-me imposta | |||
Que eu te digo com certeza eu paguei mais que devi | Não dizem que a vida deu-me pouco | ||
E mesmo trabalhando muito, outro pouco consegui | |||
Foi-me imposta tanta pobreza | |||
Que eu te digo com certeza, eu paguei mais que devi | |||
Todo ofício do pobre é um vício, | |||
Meu ofício é um vício do mundo em que nasci | |||
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Edição das 02h43min de 6 de novembro de 2012
Olho por aí, não sou olhado
Mesmo assim muito falado por quem nunca me vê
Invisível, eu não sou lembrado
Excepto quando cobrado, acusado de dever
Dizem que eu não pago nem imposto
Mas o que me foi imposto nessa vida não se diz
Que me foi imposta tanta pobreza
Que eu não tive nem certeza de ter dentes pra sorrir
Não dizem que a vida deu-me pouco
E mesmo trabalhando muito, outro pouco consegui
Foi-me imposta tanta pobreza
Que eu te digo com certeza, eu paguei mais que devi
Todo ofício do pobre é um vício,
Meu ofício é um vício do mundo em que nasci