Sobre Sapatos: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
Ir para navegação Ir para pesquisar
(Poema no forno)
 
m (formatação)
 
Linha 1: Linha 1:
{{Comentário}}
<poem>
<poem>
Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Linha 38: Linha 37:
outros displicentes
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal
Já tive até sapato de cristal
</poem>
{{Comentário}}
{{Comentário}}
[[Categoria:Zaida_Manutenção]]
[[Categoria:Zaida_Manutenção]]

Edição atual tal como às 14h33min de 11 de dezembro de 2016

Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos

Ás vezes, calço tamancos... Pisam com altivez
andam com soberania, parecem ter caminhos decididos
Mas, na verdade, gosto porque saem do pé
com a mesma facilidade com que entraram

Às vezes, necessito de botas... Dão segurança
andam por caminhos enlameados e difíceis
São armaduras seguras
Mas, com o tempo tornam-se pesadas, esquentam e quero tirá-las

Gosto dos chinelos... São displicentes
atrevidos andam por caminhos irreverentes
Acham que calçam bem e até mostram caminhos
De repente, as correias se desprendem... O desapontamento desnorteia...

Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal... Hoje?

Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos

Pisam com leveza, buscam amaciarem um único caminho
Preferem se deixar machucar por pedras esperadas, sabem como tratar
Têm medo de experimentarem novos sapatos
A que caminhos conduzirão?
Pés feridos e sem sapatos são piores do que apenas
Pés descalços...

Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal