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Que ame a natureza | |||
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Defenda os animais | |||
Pessoa qualquer que cuide da Lilica | |||
Zele pelo Dique | |||
Tem carrapato? Esse caroço na barriga o que é? | |||
Pessoa qualquer que admira Niède Guidon | |||
Respeita Ana Maria Primavesi | |||
Curte pintura rupestre e acredita na recuperação dos solos | |||
Se interessa pelo diferente, gosta das pancs, das frutas | |||
Exóticas (descobre nos cafundós de São Paulo | |||
Alguém um rapaz peculiar que protege espécies, | |||
Faz muda e vende), | |||
De cultivá-las no quintal | |||
E anotar tudo no caderninho amarelo | |||
A Acoaratinga, o Achachairu, a Abiurana, o Araçá piranga | |||
Cereja-peba, a Perinha do cerrado | |||
Anona montícula, Eugênia suberosa | |||
Que dia foi plantada aquela caliandra | |||
Germinaram as sementes do Araticum que dia | |||
Hoje apareceu um casal de pássaros diferentes | |||
Nunca tínhamos visto eram preto e amarelo | |||
A ponta da asa era branca — descobre depois | |||
Eram corrupiões | |||
Uma pessoa assim que contemple o vale do Rio São Bartolomeu | |||
E seus olhos azuis brilhem cintilando perguntas: | |||
O capão da onça onde fica no mapa, aqui? | |||
Olhe para o cerrado esse bioma | |||
E veja a vida cuja diversidade assombra | |||
Pessoa curiosa pelo que tem dentro | |||
E cresce escondido da atenção comum | |||
Cura ferida? | |||
Alimenta bicho? | |||
Dá certo fazer um chá? | |||
Atenta ao que existe à margem | |||
E compõe nosso imenso mosaico — enfim, | |||
No Planalto Central do Brasil | |||
Alguém que descobriu nova razão de ser | |||
É verdade mesmo | |||
Hoje, aqui, agora | |||
Precisava muito dessa pessoa bióloga e ambientalista | |||
Que tem um nome sim, outras águas que formam outro vale | |||
Bastante importante pra mim | |||
Mas aos outros basta sabê-la professora | |||
(detalhes, minúcias, segredos | |||
Guardo todos pra mim) | |||
Roncenho termista, mulher dolomítica | |||
Infelizmente, não existe meia dúzia iguais assim | |||
Quem me dera existissem duas | |||
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Edição das 21h32min de 3 de abril de 2020
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POEMA DA SEMANA
“Non è bene che l’uomo sia solo
Sim, lógico, poderia ser
Outra pessoa. Afinal
O que mais importa nesse momento
É uma companhia - qualquer uma
Pessoa, outra
Poderia ser.
Pessoa qualquer
Que ame a natureza
Goste das plantas
Defenda os animais
Pessoa qualquer que cuide da Lilica
Zele pelo Dique
Tem carrapato? Esse caroço na barriga o que é?
Pessoa qualquer que admira Niède Guidon
Respeita Ana Maria Primavesi
Curte pintura rupestre e acredita na recuperação dos solos
Se interessa pelo diferente, gosta das pancs, das frutas
Exóticas (descobre nos cafundós de São Paulo
Alguém um rapaz peculiar que protege espécies,
Faz muda e vende),
De cultivá-las no quintal
E anotar tudo no caderninho amarelo
A Acoaratinga, o Achachairu, a Abiurana, o Araçá piranga
Cereja-peba, a Perinha do cerrado
Anona montícula, Eugênia suberosa
Que dia foi plantada aquela caliandra
Germinaram as sementes do Araticum que dia
Hoje apareceu um casal de pássaros diferentes
Nunca tínhamos visto eram preto e amarelo
A ponta da asa era branca — descobre depois
Eram corrupiões
Uma pessoa assim que contemple o vale do Rio São Bartolomeu
E seus olhos azuis brilhem cintilando perguntas:
O capão da onça onde fica no mapa, aqui?
Olhe para o cerrado esse bioma
E veja a vida cuja diversidade assombra
Pessoa curiosa pelo que tem dentro
E cresce escondido da atenção comum
Cura ferida?
Alimenta bicho?
Dá certo fazer um chá?
Atenta ao que existe à margem
E compõe nosso imenso mosaico — enfim,
No Planalto Central do Brasil
Alguém que descobriu nova razão de ser
É verdade mesmo
Hoje, aqui, agora
Precisava muito dessa pessoa bióloga e ambientalista
Que tem um nome sim, outras águas que formam outro vale
Bastante importante pra mim
Mas aos outros basta sabê-la professora
(detalhes, minúcias, segredos
Guardo todos pra mim)
Roncenho termista, mulher dolomítica
Infelizmente, não existe meia dúzia iguais assim
Quem me dera existissem duas
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