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[[Para o Milton Rui]]
[[Covid 19]]
 
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Eu quero criar um poema
::''“Non è bene che l’uomo sia solo''
que te leve a reviver
aquela antiga paixão
a vigilância feroz
atenta à suavidade
[[Arquivo:Milton Rrui no bar do goiano na 407 sul.JPG|thumb|500 px|right|Milton Rui no Bar do Goiano na 407 Sul<br/>Maio2009]]
que te pegue pelas mãos
suba contigo as montanhas
e baixe contigo aos vales
faça correr pelos campos
e nade por sete mares


não simplesmente fazê-lo,
quero criar e nutrir
esse poema maior
e ser em todos momentos
por ele e só para ele


Bem mais do que traduzir
Sim, lógico, poderia ser
sentimentos que são grandes
Outra pessoa. Afinal
seja ele mesmo a grandeza
O que mais importa nesse momento
que te acolhendo nos braços
É uma companhia - qualquer uma
diga descansa meu filho
Pessoa, outra
Poderia ser.
 
Pessoa qualquer
Que ame a natureza
Goste das plantas
Defenda os animais
 
Pessoa qualquer que cuide da Lilica
Zele pelo Dique
Tem carrapato? Esse caroço na barriga o que é?
 
Pessoa qualquer que admira Niède Guidon
Respeita Ana Maria Primavesi
Curte pintura rupestre e acredita na recuperação dos solos
Se interessa pelo diferente, gosta das pancs, das frutas
Exóticas (descobre nos cafundós de São Paulo
Alguém um rapaz peculiar que protege espécies,
Faz muda e vende),
De cultivá-las no quintal
E anotar tudo no caderninho amarelo
A Acoaratinga, o Achachairu, a Abiurana, o Araçá piranga
Cereja-peba, a Perinha do cerrado
Anona montícula, Eugênia suberosa
Que dia foi plantada aquela caliandra
Germinaram as sementes do Araticum que dia
Hoje apareceu um casal de pássaros diferentes
Nunca tínhamos visto eram preto e amarelo
A ponta da asa era branca — descobre depois
Eram corrupiões
 
Uma pessoa assim que contemple o vale do Rio São Bartolomeu
E seus olhos  azuis brilhem cintilando perguntas:
O capão da onça onde fica no mapa, aqui?
Olhe para o cerrado esse bioma
E veja a vida cuja diversidade assombra
 
Pessoa curiosa pelo que tem dentro
E cresce escondido da atenção comum
Cura ferida?
Alimenta bicho?
Dá certo fazer um chá?
Atenta ao que existe à margem
E compõe nosso imenso mosaico — enfim,
No Planalto Central do Brasil
Alguém que descobriu nova razão de ser
 
É verdade mesmo
Hoje, aqui, agora
Precisava muito dessa pessoa bióloga e ambientalista
Que tem um nome sim, outras águas que formam outro vale
Bastante importante pra mim
Mas aos outros basta sabê-la professora
(detalhes, minúcias, segredos
Guardo todos pra mim)
Roncenho termista, mulher dolomítica
 
Infelizmente, não existe meia dúzia iguais assim
Quem me dera existissem duas
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[[:Categoria:Nevinho|Nevinho]]
 
[[:Categoria: Nevinho|Nevinho]]


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Edição das 21h32min de 3 de abril de 2020

Bem vindo!   128px-Globe of letters.svg.png    Hoje é quinta-feira, 21 de novembro em 2024.    600px-Wikibrasil.png

POEMA DA SEMANA


Covid 19

“Non è bene che l’uomo sia solo


Sim, lógico, poderia ser
Outra pessoa. Afinal
O que mais importa nesse momento
É uma companhia - qualquer uma
Pessoa, outra
Poderia ser.

Pessoa qualquer
Que ame a natureza
Goste das plantas
Defenda os animais

Pessoa qualquer que cuide da Lilica
Zele pelo Dique
Tem carrapato? Esse caroço na barriga o que é?

Pessoa qualquer que admira Niède Guidon
Respeita Ana Maria Primavesi
Curte pintura rupestre e acredita na recuperação dos solos
Se interessa pelo diferente, gosta das pancs, das frutas
Exóticas (descobre nos cafundós de São Paulo
Alguém um rapaz peculiar que protege espécies,
Faz muda e vende),
De cultivá-las no quintal
E anotar tudo no caderninho amarelo
A Acoaratinga, o Achachairu, a Abiurana, o Araçá piranga
Cereja-peba, a Perinha do cerrado
Anona montícula, Eugênia suberosa
Que dia foi plantada aquela caliandra
Germinaram as sementes do Araticum que dia
Hoje apareceu um casal de pássaros diferentes
Nunca tínhamos visto eram preto e amarelo
A ponta da asa era branca — descobre depois
Eram corrupiões

Uma pessoa assim que contemple o vale do Rio São Bartolomeu
E seus olhos azuis brilhem cintilando perguntas:
O capão da onça onde fica no mapa, aqui?
Olhe para o cerrado esse bioma
E veja a vida cuja diversidade assombra

Pessoa curiosa pelo que tem dentro
E cresce escondido da atenção comum
Cura ferida?
Alimenta bicho?
Dá certo fazer um chá?
Atenta ao que existe à margem
E compõe nosso imenso mosaico — enfim,
No Planalto Central do Brasil
Alguém que descobriu nova razão de ser

É verdade mesmo
Hoje, aqui, agora
Precisava muito dessa pessoa bióloga e ambientalista
Que tem um nome sim, outras águas que formam outro vale
Bastante importante pra mim
Mas aos outros basta sabê-la professora
(detalhes, minúcias, segredos
Guardo todos pra mim)
Roncenho termista, mulher dolomítica

Infelizmente, não existe meia dúzia iguais assim
Quem me dera existissem duas

Nevinho

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