O Fim do Mundo: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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Não terei compaixão dos seres deste universo corrompido
Não terei compaixão dos seres deste universo corrompido
E destruirei mais uma vez
E destruirei mais uma vez
Pois antes de os destruir
Pois antes de eu os destruir
Me destruiram e jogaram fora do seu mundo.
Me destruíram e jogaram fora do seu mundo.
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Edição atual tal como às 09h51min de 25 de maio de 2009




“L´avenir, fantôme aux mains vides,/
Qui promet tout et qui n´a rien”
O Futuro, fantasma de mãos vazias/
Que promete e nada tem
- Victor Hugo,As Vozes Interiores “Sunt Lacrymae Rerum”

I

Na escuridão, em minha solidão
Tive em meu íntimo desejos profanos
E oculto em meu mais alto retiro
Decidi definitivamente o que fazer
Destruirei a este mundo e tudo o que sobre ele há
E nada poderá me demover deste propósito.
As leis decididas pelo meu coração são irredutíveis
É inevitável, nada ou ninguém poderá me fazer voltar atrás.

II

O Homem, o que é o Homem ?

O Homem não é um fim em si mesmo, é um caminho
E não perdurará mesmo se gritar para si : “Sou imortal !”
Sua origem é o coração das estrelas, seu fim é o turbilhão do esquecimento
E dos seus Amores e Valores, tão caros,
Não se ouvirão nunca mais falar
Quando Eu os passar de sob estes céus.

E até dos deuses, que criaram à sua imagem e semelhança
Não se ouvirá mais mencionar os nomes
Pois debaixo dos céus só se ouvirá o silêncio dos mortos
E às crianças da Eternidade a quem se negou o auxilio de viver
Descansarão em paz no meu jardim.

III

O Bem e o Mal converterar-se-ão
Em menos do que quimeras
Pois enfim quando eu ao homem fizer passar
A harmonia reinará

                                       [será ?]

IV

Ai de mim, que sou Homem

                                                       [Deus ? ] !
                                         Digo-vos , envergonhado,
                                         Escondido, moldei um deus com minhas mãos
                                         Sim,insuflei-lhe vida, e ele veio a viver

                                                      E eu, seu criador, me submeti a ele!
                                                      Ele, que tirei nos moldes do meu preconceito
                                                      E da olaria da minha moral !

V

Vou pronunciar um outro cântico
Que ouvi entre os filhos das Terras Estranhas :

                                          Os deuses fugiram!
        Sim,com medo do que acontecerá aos filhos dos homens !

                 Decidiram partir,e não serem mais atormentados
                                                        Pois são demasiados humanos
                                                                          Para a infelicidade.
Mataram aquele que haviam eleito como o único deus
                                                                         [e fugiram (para onde não se sabe)]
Disseram:Escondamo-nos e sejamos esquecidos
Talvez não se lembrem de nós, ou que tenhamos existido
E um dia, quiçá, despertemos para um mundo
                    Que seja

                                      menos

                                                   Corrupto.

VI

As máscaras caíram, ai, tão de repente
O que era belo e dócil tornou-se frio e distante
E o que era inocente transformou-se no agente da destruição
De todo o meu ser.
Não há inocentes debaixo dos meus céus
Vejo, ai : Não há salvação para os homens!

VII

Os loucos, poetas e filósofos virão a aclamar este dia
- Chegou nossa libertação!
Os religiosos serão imergidos e afogados
Nas lágrimas de sua própria decepção
E nenhum humano poderá se esconder e achar abrigo
Da minha ira.
Destruirei a todos os homens
Ímpios e bondosos
E a todas as leis e morais encerrarei de vez
E somente os artistas e os inconsequentes
Acharão abrigo fora deste inferno.

Destruirei, destruirei e mais uma vez destruirei
Não terei compaixão dos seres deste universo corrompido
E destruirei mais uma vez
Pois antes de eu os destruir
Me destruíram e jogaram fora do seu mundo.

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