Aventuras de Kafka: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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então sentiu-se em casa.
então sentiu-se em casa.


III


Sobre a pilha de papéis
e com a mesa à deriva,
por um lado queria a moça,
por outro a própria vida.
Os documentos protocolados,
não podiam ser perdidos,
e a moça era tão bela,
como um processo indefinido.
Arrastou-se até margem,
em direção ao compromisso,
mas a ocasião que era fértil,
só abria em dia útil.
IV
Numa biblioteca mal iluminada
na capital da burocracia
longe de Praga e Viena e Europa
um ex-bancário se deleita
com a vida após a morte lenta
dos escaninhos e alfarrábios e dossiês e diretórios
E na anticracia dos bureaus
num nó qualquer da rede aleatória
ele se contenta em acrescentar uma vírgula que seja
à construção do vocabulário mundial
V
Preocupados com as confusões poelíticas
Que a prima rica distante vem enfrentando
Principalmente, no que diz respeito à perpetuação da espécie,
Seus parentes do interior do país tropical
Mandam notícias a fim de reanimar tão nobre parente
Aqui já se acostumaram às condições sub-insectun
Os rios há muito são cheios de mijo
e outras substâncias igualmente estranhas
Com o tempo se acostumaram! Agora
passam a tirar vantagens de tais desordens humanas
Dentre elas, regozijam-se com o incremento
de suas dietas com a proteína extraída dos coliformes fecais
Bactéria facilmente encontrada nos rios que recebem dejetos
Para eles, isso foi uma grande conquista. E acrescentam:
Nada se perde! Como já dizia o tatatatataravô Lavoisier.
E Darwin asseverou: Não nos deixemos eliminar por
fatores humano-ambientais irresponsáveis.
Avante companheira... A luta continua!
Aconselham que antes de fertilizar a bela moça
necessário resguardar a vida e o pão-de-cada-dia
Estando em terra firme, poderá conquistar asas e voar
Ou ir n'álguma biblioteca mal iluminada
remexer os escaninhos mortos daquele ex-bancário
e, através do seu vocabulário mundial,
fazer contato com a tal rapariga
Assinalam para não se esquecer de buscar seus diretórios
Um obituário sempre prossegue informando dias úteis e inúteis
Finalmente, sugerem que navegue até Zegg
Uma pequena ecovillage que fica na Alemanha
Acreditam ser perto para a nobre prima remar e navegar pelo rio
Com sua tão importante escrivaninha, é claro!  Afinal por aqui
Não possuem tal móvel, escrevem sobre bandejas...
Explicam que nessas paragens são mais respeitados
Os humanóides não podem usar produtos químicos sobre eles
Esses são mortais a qualquer um de nossas espécies
Urinar ao ar livre, somente sobre bananeiras...
Que no caso apreciam e absorvem todo e totalmente tal líquido
Primo Julien mora na cozinha de uma pequena casa
Ninguém o incomoda, coaxa todas as manhãs, vai e volta quando quer
Prima Girondina era a única habitante do banheiro de uma suíte
cuja dona, educadamente, lhe dava boa-noite todas as noites
Deixava-a usar seus anéis, que preenchiam com facilidade
Suas oito pernas. As condições foram tão propícias que já dera cria
Bem, como o mundo vive a girar, certo dia assustou-se
saiu correndo pela parede do banheiro e ganhou o espaço do quarto
Não deu mais notícias, mas sua filha mais nova já foi adotada pela dona
ganhando seu próprio nome: É Ximbica!
Ximbica é atrevida, diferente da genitora
fica a se mostrar pelo banheiro, a qualquer hora do dia
Esquece-se dos predadores naturais
Que para nosso desgosto, também são bem tratados por aqui
Mas, nem tudo é perfeito!
Estamos todos aguardando uma carta
de um honorário cidadão humanóide
Quando pretendemos fazer-lhe uma visitinha
Ajudaremos no que for possível
Čoskoro dovidenia
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[[Categoria:Poemas abertos]]
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Edição atual tal como às 07h02min de 22 de junho de 2011

I

Numa esquina suja de Praga,
Kafka, observava: um homem,
em frente ao espelho,
que mijava.

Escorria por toda a República,
escoava na praça,
sem denotar a parada.

Não havia uma só moça pudica,
uma velha beata,
um rabino barbudo,
nada o envergonhava.

Mijava em baratas, castelos, papéis e pastas.

Kafka, começou a se preocupar,
pois o mijo não cessava e,
o homem, agora, gargalhava.

Correu pela ponte,
assim que o mijo atingiu a água do rio,
que começou a subir.

II

Do alto da torre igreja,
viu, num morro breve,
uma moça solícita que acenava,
sob a velha porta do albergue.

Mas a água já tomara o vale.
Sobrara apenas a torre, o cume e,
distante a leste, um móvel de madeira.

Kafka titubeou, pensou em desistir,
instante em que lembrou do trabalho por fazer.

Sem temor, nosso autor, nadou até o móvel:
era sua velha escrivaninha que boiava,
então sentiu-se em casa.

III

Sobre a pilha de papéis
e com a mesa à deriva,
por um lado queria a moça,
por outro a própria vida.

Os documentos protocolados,
não podiam ser perdidos,
e a moça era tão bela,
como um processo indefinido.

Arrastou-se até margem,
em direção ao compromisso,
mas a ocasião que era fértil,
só abria em dia útil.

IV

Numa biblioteca mal iluminada
na capital da burocracia
longe de Praga e Viena e Europa
um ex-bancário se deleita
com a vida após a morte lenta
dos escaninhos e alfarrábios e dossiês e diretórios

E na anticracia dos bureaus
num nó qualquer da rede aleatória
ele se contenta em acrescentar uma vírgula que seja
à construção do vocabulário mundial

V

Preocupados com as confusões poelíticas
Que a prima rica distante vem enfrentando
Principalmente, no que diz respeito à perpetuação da espécie,
Seus parentes do interior do país tropical
Mandam notícias a fim de reanimar tão nobre parente

Aqui já se acostumaram às condições sub-insectun
Os rios há muito são cheios de mijo
e outras substâncias igualmente estranhas
Com o tempo se acostumaram! Agora
passam a tirar vantagens de tais desordens humanas

Dentre elas, regozijam-se com o incremento
de suas dietas com a proteína extraída dos coliformes fecais
Bactéria facilmente encontrada nos rios que recebem dejetos
Para eles, isso foi uma grande conquista. E acrescentam:
Nada se perde! Como já dizia o tatatatataravô Lavoisier.
E Darwin asseverou: Não nos deixemos eliminar por
fatores humano-ambientais irresponsáveis.
Avante companheira... A luta continua!

Aconselham que antes de fertilizar a bela moça
necessário resguardar a vida e o pão-de-cada-dia
Estando em terra firme, poderá conquistar asas e voar
Ou ir n'álguma biblioteca mal iluminada
remexer os escaninhos mortos daquele ex-bancário
e, através do seu vocabulário mundial,
fazer contato com a tal rapariga
Assinalam para não se esquecer de buscar seus diretórios
Um obituário sempre prossegue informando dias úteis e inúteis

Finalmente, sugerem que navegue até Zegg
Uma pequena ecovillage que fica na Alemanha
Acreditam ser perto para a nobre prima remar e navegar pelo rio
Com sua tão importante escrivaninha, é claro! Afinal por aqui
Não possuem tal móvel, escrevem sobre bandejas...


Explicam que nessas paragens são mais respeitados
Os humanóides não podem usar produtos químicos sobre eles
Esses são mortais a qualquer um de nossas espécies
Urinar ao ar livre, somente sobre bananeiras...
Que no caso apreciam e absorvem todo e totalmente tal líquido

Primo Julien mora na cozinha de uma pequena casa
Ninguém o incomoda, coaxa todas as manhãs, vai e volta quando quer
Prima Girondina era a única habitante do banheiro de uma suíte
cuja dona, educadamente, lhe dava boa-noite todas as noites
Deixava-a usar seus anéis, que preenchiam com facilidade
Suas oito pernas. As condições foram tão propícias que já dera cria

Bem, como o mundo vive a girar, certo dia assustou-se
saiu correndo pela parede do banheiro e ganhou o espaço do quarto
Não deu mais notícias, mas sua filha mais nova já foi adotada pela dona
ganhando seu próprio nome: É Ximbica!

Ximbica é atrevida, diferente da genitora
fica a se mostrar pelo banheiro, a qualquer hora do dia
Esquece-se dos predadores naturais
Que para nosso desgosto, também são bem tratados por aqui
Mas, nem tudo é perfeito!

Estamos todos aguardando uma carta
de um honorário cidadão humanóide
Quando pretendemos fazer-lhe uma visitinha
Ajudaremos no que for possível
Čoskoro dovidenia