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POEMA DA SEMANA
POEMA DA SEMANA
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[[Sexta, 20/02/2009]]
[[Cibercultura]]
{{:Sexta, 20/02/2009}}
 
<em>[[Usuário:Nevinho|Nevinho]]</em>
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A tela me consome
em protocolos distribuídos:
horizontais, abertos, difusos.
 
Suga a imundice
que povoa a minha mente:
adubada com esterco digital.
 
Toda organizada
em planícies de silício:
verticais, fechadas, conexas.
 
Podres fantasias
tornam belas mercadorias:
armazenadas, processadas, geridas.
 
Na cibercultura
asas batem em progresso:
atualizando erros do passado.
 
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[[:Categoria:Pietro Roveri|Pietro Roveri]]


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O [http://br.wikimedia.org/wiki/Sexta_poética Movimento Colaborativo Sexta poética] tem o intuito de ser um vetor capaz de fazer fluir o impulso poético dos indivíduos para a comunidade e da comunidade para os indivíduos.
O [http://br.wikimedia.org/wiki/Sexta_poética Movimento Colaborativo Sexta poética] tem o intuito de ser um vetor capaz de fazer fluir o impulso poético dos indivíduos para a comunidade e da comunidade para os indivíduos. É uma ode à subjetividade, um sítio onde pode-se ler o que outras pessoas escrevem e onde qualquer pessoa pode escrever à vontade.
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É uma ode à subjetividade, um sítio onde pode-se ler o que outras pessoas escrevem e onde qualquer pessoa pode escrever à vontade.
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Edição atual tal como às 12h10min de 29 de junho de 2023

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POEMA DA SEMANA

Sexta, 20/02/2009 POEMA DE ONZE FACES


1.

Quando eu nasci

um gerente chamado Norminha

(parecia-se com a personagem antiga do Jô Soares)

disse agora você é mais uma peça

e o Grande Relógio não pode parar.

Menor estagiário, obedecia todas as ordens

e controlava o entra-e-sai de cartas

colocando-as sempre nos escaninhos certos.


2.

Na saída/entrada do Sede Dois

um carro preto de filme americano

me jogou para o alto e eu passei 2 meses na UTI.

Cumpri estágio no inferno mas dEus nos trouxemos de lá.


3.

Quando eu renasci

um anjo torto desses que calçam sapatos brancos

disse volta Névio, que qualquer debilóide faz aquilo.


4.

A máquina engolia cheques

partidas, relatórios, balancetes

e tudo virava microfilme.

Mais tarde, numa sala escura

procurava-se dobras, procurava-se falhas

procurava-se motivos para não dormir.


5.

Hotel Nacional de Brasília, I Encontro Brasileiro TV-Educação

um chefe que não existia era contra abono

Eu que não era muito assíduo

consegui transferência para o DESED.


6.

Filmei jogo de truco em Goiás

vi pegadas de dinossauro em Souza, na Paraíba

empurrei kombi quebrada, andei de canoa no Rio Negro.

Entrevistei criador de bode na beira do São Francisco

visitei usina de álcool numa terra-de-ninguém, que Chico Mendes pensou ser sua

comprei um par de sapatos em Franca.

Andei na locomotiva de São João del Rei

nada apostei no Balneário do Cassino, em Rio Grande

mas me apaixonei em Pomerode.


7.

Quando pensei escrever

com a própria vida meus poemas

fazia verso livre, fazia verso solto, fazia verso e anverso,

outro anjo daqueles que se vestem de branco

mandou-me malas arrumadas às pressas

e lá fui eu fazer equoterapia... psiu, vem cá...

uma casa estranha com janelas altas e vidros não-sei-o-quê.

Vesti camisa-de-malha-apertando, passei dias impregnado

fiz artesanato, pintei com tinta guache, fiquei mansinho-da-silva

e relembrei quais eram os escaninhos certos.


8.

Anoiteceu durante alguns anos

o reajuste zero, o silêncio medonho nos sindicatos

uma ave bicuda pairando no céu


9.

De tanto o vento soprar

as gentes mudaram a direção

e Educador corporativo

cada dia aprendo e ensino um caminho novo para a transgressão


10.

Talvez não devesse lhes dizer

mas as concessões necessárias

as inevitáveis vassalagens

o preconceito embutido no discurso bonito

os fatos consumados

os acidentes de percurso

todas as formas de atropelamento...

tudo isso deixa a gente sem saber

se a raiz quadrada de nove é mesmo três -

e aos poucos corroem o fígado da gente.


11.

Sem aquela capacidade juvenil

que antigamente possuías de te iludires

não podes ir tão longe, senta-te, descansa. Nevinho

Já publicamos 603 criações literárias.


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O Movimento Colaborativo Sexta poética tem o intuito de ser um vetor capaz de fazer fluir o impulso poético dos indivíduos para a comunidade e da comunidade para os indivíduos. É uma ode à subjetividade, um sítio onde pode-se ler o que outras pessoas escrevem e onde qualquer pessoa pode escrever à vontade.