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Contigo aprendi | |||
a me procurar me procurar me procurar | |||
me procurar nas paisagens do meu país | |||
nas paisagens cenas | |||
de rua camelôs pastéis engordurados churrasquinho de gato | |||
fome sob os viadutos nas passagens subterrâneas | |||
da Asa Norte na ponte do Bragueto nas margens do Lago Paranoá | |||
no jogo de dominó bilhar canastrão sinuca porrinha | |||
me procurar na vida, nesta vivida | |||
atrás do dia, em busca de alguma coisa | |||
e contigo aprendi | |||
a ter um encontro marcado comigo | |||
chegar em casa me procurar me deparar | |||
com a minha solidão escancarada nos teus olhos, | |||
talvez pendurada no varal de roupas lavadas talvez | |||
misturada com sal e feijão | |||
talvez escorrendo pelas paredes | |||
como uma gosma que não se sabe bem o que é. | |||
Talvez eu tenha desaprendido o que nunca soubera, talvez | |||
Contigo aprendi certos segredos que sem ti jamais se desvelariam, | |||
aprendi que o destino tem asas mas depende de mim | |||
fazê-lo voar depende de mim fazê-lo parar depende de nós. | |||
Aprendi que tudo é talvez | |||
e nem tudo tem o momento certo de acabar | |||
o anel que tu me deste era vidro e se quebrou | |||
o amor que tu me tinhas atirei o pau no gato | |||
mas o gato não morreu; então, finalmente, | |||
pela estrada afora eu fui bem sozinho | |||
ia comigo alguém maior lembrando a imagem de um deus | |||
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Edição das 13h24min de 12 de fevereiro de 2010
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POEMA DA SEMANA
Contigo aprendi
a me procurar me procurar me procurar
me procurar nas paisagens do meu país
nas paisagens cenas
de rua camelôs pastéis engordurados churrasquinho de gato
fome sob os viadutos nas passagens subterrâneas
da Asa Norte na ponte do Bragueto nas margens do Lago Paranoá
no jogo de dominó bilhar canastrão sinuca porrinha
me procurar na vida, nesta vivida
atrás do dia, em busca de alguma coisa
e contigo aprendi
a ter um encontro marcado comigo
chegar em casa me procurar me deparar
com a minha solidão escancarada nos teus olhos,
talvez pendurada no varal de roupas lavadas talvez
misturada com sal e feijão
talvez escorrendo pelas paredes
como uma gosma que não se sabe bem o que é.
Talvez eu tenha desaprendido o que nunca soubera, talvez
Contigo aprendi certos segredos que sem ti jamais se desvelariam,
aprendi que o destino tem asas mas depende de mim
fazê-lo voar depende de mim fazê-lo parar depende de nós.
Aprendi que tudo é talvez
e nem tudo tem o momento certo de acabar
o anel que tu me deste era vidro e se quebrou
o amor que tu me tinhas atirei o pau no gato
mas o gato não morreu; então, finalmente,
pela estrada afora eu fui bem sozinho
ia comigo alguém maior lembrando a imagem de um deus
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