Aventuras de Kafka: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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Mas a água já tomara o vale.
Mas a água já tomara o vale.
Sobrara apenas a torre, o cume e,
Sobrara apenas a torre, o cume e,
distante à leste, um bloco de madeira.
distante à leste, um móvel de madeira.
Sem temor, nosso autor, nadou até este:
 
era velha escrivaninha que boiava,
Kafka titubeou, pensou em desistir,
instante em que lembrou do trabalho por fazer.
 
Sem temor, nosso autor, nadou até o móvel:
era sua velha escrivaninha que boiava,
então sentiu-se em casa.
então sentiu-se em casa.


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[[Categoria:Poemas abertos]]
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Edição das 11h43min de 3 de agosto de 2010

<poem> I

Numa esquina suja de Praga, Kafka, observava: um homem, em frente ao espelho, que mijava.

Escorria por toda a República, escoava na praça, sem denotar a parada.

Não havia uma só moça pudica, uma velha beata, um rabino barbudo, nada o envergonhava.

Mijava em baratas, castelos, papéis e pastas.

Kafka, começou a se preocupar, o mijo não cessava e, o homem, agora, gargalhava.

Correu pela ponte, assim que o mijo atingiu a água do rio, que começou a subir.

II

Do alto da torre igreja, viu, num morro breve, uma moça solícita que acenava, sob a velha porta do albergue.

Mas a água já tomara o vale. Sobrara apenas a torre, o cume e, distante à leste, um móvel de madeira.

Kafka titubeou, pensou em desistir, instante em que lembrou do trabalho por fazer.

Sem temor, nosso autor, nadou até o móvel: era sua velha escrivaninha que boiava, então sentiu-se em casa.