A Pérola e o Navegante: mudanças entre as edições
(Criou página com '{{Comentário}} <poem> Assim como as ondas do mar Que vem e que vão infatigavelmente Ao encontro do cálido toque de novos grânulos Assim, também, o navegante de mares e tri...') |
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Assim como as ondas do mar | Assim como as ondas do mar | ||
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Ondas distantes o trouxeram deslizando por canais | Ondas distantes o trouxeram deslizando por canais | ||
suaves, translúcidos, quase transparentes | |||
Como | Como células que viajam pelo ar, através de feixes luminosos | ||
Veio de um tempo longínquo e trilhas apartadas | Veio de um tempo longínquo e trilhas apartadas | ||
Em sua bagagem muitos sóis, flores, luas, estrelas e signos | Em sua bagagem muitos sóis, flores, luas, estrelas e signos | ||
Entoava um sopro de | Entoava um sopro de encantação... De criatura ao Criador | ||
A praia estava deserta, calma, serena | A praia estava deserta, calma, serena | ||
Em sua modesta forma de existir! Vipaśyanã | |||
Em suas areias não se viam pegadas, nem marcas | |||
Uma brisa campestre matinal cuidava de varrê-la | Uma brisa campestre matinal cuidava de varrê-la | ||
de tempos em tempos, deixando-a tênue | |||
O tempo descansava em outra dimensão | O tempo descansava em outra dimensão | ||
Por essa janela atemporal, o céu se abriu | |||
revelando um espetaculoso prisma, que a tudo transforma... | |||
Luz em cores... Invisível em perceptível | |||
Através desse espectro luminoso | Através desse espectro luminoso | ||
observou-se estrelas que brilhavam na abóbada celeste | |||
Espetáculo | e outras no limiar dela - Espetáculo lucidante de naturezas diversas | ||
Nesse instante, ouviu-se o tilintar de conchas cristalinas | |||
Chocaram-se uma e outra, anunciando a chegada do navegante | |||
No altar da colina, um tanto desorientado e de passos leves | No altar da colina, um tanto desorientado e de passos leves | ||
o navegante compareceu. Evocava a figura de um cavalheiro | |||
que traz em sua carruagem nobres tesouros... | |||
Manifestou com delicadeza seu propósito no ancorar-se | |||
Seus gestos eram | Seus gestos eram cuidadosos e minuciosos | ||
Viera em busca de uma pérola vista em seus sonhos | Viera em busca de uma pérola remotamente vista em seus sonhos | ||
Imagens criadas por aqueles que passam longos períodos a navegar... | Imagens criadas por aqueles que passam longos períodos a navegar... | ||
Brisa e vento se | Brisa e vento se aproximaram...Serpearam-se | ||
Assim como a labareda e o fogo | Assim como a labareda e o fogo | ||
A gota e o mar | A gota e o mar. E a lua e o sol | ||
E a lua e o sol | O grão-de-areia e o manto que orla o universo dos corpos salinos | ||
O grão-de-areia e o manto | a todos encobriram... | ||
Sob esse manto | Sob esse manto ouviram-se sussurros | ||
suspiros, murmúrios e | |||
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E nada mais... | E nada mais... | ||
Nem a brisa, nem o vento nada sopraram | |||
Se existira a pérola ou foram quimeras | |||
Nem a lua, nem o sol nenhuma direção apontaram | |||
Nem o destino ou a trilha do digno navegante | |||
Apenas a labareda que no seu fogo ascende aos céus | |||
E a gota que no seu mar se materializa | |||
Contam-nos que logo depois que as estrelas se apagaram | |||
Todos os elementos se deram | Todos os elementos se deram a novo descanso | ||
E voltaram cada um para sua dimensão | E voltaram cada um para sua dimensão | ||
E ali, sob aquele manto de areia | E ali, sob aquele manto de areia | ||
Bem nas profundezas da praia, ficaram enterrados | |||
O antes, o instante e o depois... | O antes, o instante e o depois... | ||
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[[Categoria:Cantiga dos Ventos]] | [[Categoria:Cantiga dos Ventos]] |
Edição das 17h21min de 23 de agosto de 2010
<poem> Assim como as ondas do mar que vem e que vão infatigavelmente ao encontro do cálido toque de novos grânulos, assim também, o navegante de mares e trilhas aportou
Ondas distantes o trouxeram deslizando por canais suaves, translúcidos, quase transparentes Como células que viajam pelo ar, através de feixes luminosos Veio de um tempo longínquo e trilhas apartadas Em sua bagagem muitos sóis, flores, luas, estrelas e signos Entoava um sopro de encantação... De criatura ao Criador
A praia estava deserta, calma, serena Em sua modesta forma de existir! Vipaśyanã Em suas areias não se viam pegadas, nem marcas Uma brisa campestre matinal cuidava de varrê-la de tempos em tempos, deixando-a tênue
O tempo descansava em outra dimensão Por essa janela atemporal, o céu se abriu revelando um espetaculoso prisma, que a tudo transforma... Luz em cores... Invisível em perceptível
Através desse espectro luminoso observou-se estrelas que brilhavam na abóbada celeste e outras no limiar dela - Espetáculo lucidante de naturezas diversas Nesse instante, ouviu-se o tilintar de conchas cristalinas Chocaram-se uma e outra, anunciando a chegada do navegante
No altar da colina, um tanto desorientado e de passos leves o navegante compareceu. Evocava a figura de um cavalheiro que traz em sua carruagem nobres tesouros... Manifestou com delicadeza seu propósito no ancorar-se Seus gestos eram cuidadosos e minuciosos
Viera em busca de uma pérola remotamente vista em seus sonhos Imagens criadas por aqueles que passam longos períodos a navegar... Brisa e vento se aproximaram...Serpearam-se Assim como a labareda e o fogo A gota e o mar. E a lua e o sol O grão-de-areia e o manto que orla o universo dos corpos salinos a todos encobriram...
Sob esse manto ouviram-se sussurros suspiros, murmúrios e silêncios E nada mais... Nem a brisa, nem o vento nada sopraram Se existira a pérola ou foram quimeras Nem a lua, nem o sol nenhuma direção apontaram Nem o destino ou a trilha do digno navegante
Apenas a labareda que no seu fogo ascende aos céus E a gota que no seu mar se materializa Contam-nos que logo depois que as estrelas se apagaram Todos os elementos se deram a novo descanso E voltaram cada um para sua dimensão E ali, sob aquele manto de areia Bem nas profundezas da praia, ficaram enterrados O antes, o instante e o depois...