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::(Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos) | ::(Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos) | ||
Se por acaso me | Se por acaso me achares bonita | ||
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Se por acaso me | Se por acaso me achares perfeita | ||
:Também, não diga nada! | :Também, não diga nada! Cale-se... | ||
::Deixe que eu termine minhas obras | ::Deixe que eu termine minhas obras | ||
:::e que elas me definam | :::e que elas me definam | ||
Se por acaso me | Se por acaso me achares maravilhosa | ||
:Tampouco, não | :Tampouco, não diga nada! Cale-se... | ||
::Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine | ::Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine | ||
:::o meu lapidar | :::o meu lapidar | ||
Se me | Se me achares doce | ||
:Também não | :Também não diga nada! Cale-se... | ||
::Deixe que o oceano da rotina se misture a mim, | ::Deixe que o oceano da rotina se misture a mim, | ||
:::depois | :::depois sorva-me um gole | ||
::::::E se depois disso tudo, ainda, | ::::::E se depois disso tudo, ainda, | ||
:::::: | ::::::quiseres do meu lado ficar? | ||
Há um lugar no banco da praça | Há um lugar no banco da praça | ||
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E se por um ato do destino | E se por um ato do destino | ||
:Lá | :Lá não estiveres... | ||
Ainda, assim, lá estarei | Ainda, assim, lá estarei |
Edição das 20h31min de 17 de setembro de 2010
<poem>
- 'No Banco da Praça'
- (Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos)
Se por acaso me achares bonita
- Não diga nada! Cale-se...
- Deixe que o tempo me retrate
Se por acaso me achares perfeita
- Também, não diga nada! Cale-se...
- Deixe que eu termine minhas obras
- e que elas me definam
- Deixe que eu termine minhas obras
Se por acaso me achares maravilhosa
- Tampouco, não diga nada! Cale-se...
- Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine
- o meu lapidar
- Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine
Se me achares doce
- Também não diga nada! Cale-se...
- Deixe que o oceano da rotina se misture a mim,
- depois sorva-me um gole
- Deixe que o oceano da rotina se misture a mim,
- E se depois disso tudo, ainda,
- quiseres do meu lado ficar?
Há um lugar no banco da praça
- onde irei todas as manhãs
- Embaixo daquele jequitibá
- Onde o chão é todo rendado
- pelas sombras das folhas
- dos dias ensolarados
- pelas sombras das folhas
- Onde o chão é todo rendado
- Embaixo daquele jequitibá
- E de onde distante ficarei a fitar
- meus flagrantes bisnetos...
A sorrirem de tanta graça
- daquela bisa que fica ali sentada
- enrolada em seu xale rendado
- a sorrir de volta pra eles, toda encantada...
- enrolada em seu xale rendado
- No banco daquela praça.
E se por um ato do destino
- Lá não estiveres...
Ainda, assim, lá estarei
- Sob a sombra do jequitibá
- Num tapete rendado pelo sol
- Toda enrolada em meu xale de renda
- a sorrir e a fitar, toda encantada...
- Meus bisnetos flagrantes
- a sorrir e a fitar, toda encantada...
- Toda enrolada em meu xale de renda
- Num tapete rendado pelo sol
- No banco daquela praça.
- Julho/2010