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[[A responsável]]
[[Sobre Sapatos]]


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Ni!
Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos


A professora de português?
Ás vezes, calço tamancos... Pisam com altivez
Não atrapalhou.
andam com soberania, parecem ter caminhos decididos
Mas, na verdade, gosto porque saem do pé
com a mesma facilidade com que entraram


A bibliotecária?
Às vezes, necessito de botas... Dão segurança
Não intercedeu.
andam por caminhos enlameados e difíceis
São armaduras seguras
Mas, com o tempo tornam-se pesadas, esquentam e quero tirá-las


Quem, então, foi o responsável?
Gosto dos chinelos... São displicentes
Não foi mulher.
atrevidos andam por caminhos irreverentes
Nem homem.
Acham que calçam bem e até mostram caminhos
Nem deus.
De repente, as correias se desprendem... O desapontamento desnorteia...


Foi a biblioteca.
Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal... Hoje?


Shakespeare, Galileu, Pessoa, Nietzsche.
Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos


Todos lá, empoeirados, esperando por mim.
Pisam com leveza, buscam amaciarem um único caminho
Preferem se deixar machucar por pedras esperadas, sabem como tratar
Têm medo de experimentarem novos sapatos
A que caminhos conduzirão?
Pés feridos e sem sapatos são piores do que apenas
Pés descalços...


Ela, inanimada, involuntária, serena.
Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal


Aaah... saudades dos meus 10 a 16 anos.


Aos 16 já descobria a Internet.
[[:Categoria:Zaida_Manutenção|Zaida]]
 
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Biblioteca de biliotecas.
 
Dez mil anos de história diante dos meus olhos.
 
Seis bilhões de irmãos ao alcance dos meus braços.
 
E na frieza das suas teclas, o calor dos seus abraços.
 
.~´
 
[[:Categoria:Solstag|Solstag]]</poem>
</div>


Já publicamos [[Especial:Newpages|{{NUMBEROFARTICLES}}]] criações literárias.
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Edição das 10h01min de 16 de dezembro de 2016

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POEMA DA SEMANA


Sobre Sapatos

Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos

Ás vezes, calço tamancos... Pisam com altivez
andam com soberania, parecem ter caminhos decididos
Mas, na verdade, gosto porque saem do pé
com a mesma facilidade com que entraram

Às vezes, necessito de botas... Dão segurança
andam por caminhos enlameados e difíceis
São armaduras seguras
Mas, com o tempo tornam-se pesadas, esquentam e quero tirá-las

Gosto dos chinelos... São displicentes
atrevidos andam por caminhos irreverentes
Acham que calçam bem e até mostram caminhos
De repente, as correias se desprendem... O desapontamento desnorteia...

Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal... Hoje?

Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos
Não mais possuem caminhos

Pisam com leveza, buscam amaciarem um único caminho
Preferem se deixar machucar por pedras esperadas, sabem como tratar
Têm medo de experimentarem novos sapatos
A que caminhos conduzirão?
Pés feridos e sem sapatos são piores do que apenas
Pés descalços...

Já tive sapatos
bem calçados e seguros
outros displicentes
Já tive até sapato de cristal


Zaida

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