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Vários séculos passaram sem jamais alguém | Vários séculos passaram sem jamais alguém | ||
dar-se ao trabalho. | dar-se ao trabalho. | ||
Até um dia quando passou por ali uma pessoa. | Até um dia quando passou por ali uma pessoa, | ||
Que descobriu seu nome e outras respostas... | |||
Vinda de outras altitudes, essa pessoa podendo ser facho de luz para o caminho, | Vinda de outras altitudes, essa pessoa podendo ser facho de luz para o caminho, | ||
Preferiu ser como um relâmpago no escuro, | Preferiu ser como um relâmpago no escuro, | ||
E eis que novamente esquecida e abandonada no tempo | E eis que novamente esquecida e abandonada no tempo | ||
a Dorstenia segue alheia a epidemia e carências; repousa | a ''Dorstenia heringer'' segue alheia a epidemia e carências; repousa | ||
e solidária ao poeta, se oferece a lhe fazer companhia. | |||
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Edição das 16h07min de 7 de abril de 2020
Protegida de pisadura de gado
e escondida
da passagem de gente,
repousa a Dorstenia heringer,
testemunha cretácea do Planeta.
Plantinha entre plantinhas,
folha carnuda e fruto um cogumelo amarelo
invertido e aberto
— mocó da Serra da Capivara,
assiste estática o passar das eras.
Sem ninguém para perguntar sua identidade
se ela gosta de chuva ou clima seco
se gosta de frio ou de calor
sol ou sombra, é comestível essa planta?
Medicinal?
Vários séculos passaram sem jamais alguém
dar-se ao trabalho.
Até um dia quando passou por ali uma pessoa,
Que descobriu seu nome e outras respostas...
Vinda de outras altitudes, essa pessoa podendo ser facho de luz para o caminho,
Preferiu ser como um relâmpago no escuro,
E eis que novamente esquecida e abandonada no tempo
a Dorstenia heringer segue alheia a epidemia e carências; repousa
e solidária ao poeta, se oferece a lhe fazer companhia.