Sexta poética: mudanças entre as edições

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::[[Apenas uma Mulher]]
::[[Ipê Mulher]]
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Lá vai ela novamente toda serelepe
Cavucos insistentes em um lugar qualquer
Por caminhos estranhos e irreverentes
A escavadeira bruta não rompe o solo
Brincando com flores e borboletas
Temo não concluir o signo da mulher
Achando que pode ganhar o mundo
Olho em volta em busca de consolo


Lá vai ela novamente toda serelepe
Que faço nessa montanha, peito molhado, cansado
Prende o cabelo com um nó
Busca de sonho, busca de ser e existir, busca...
e a barra da saia, nos quadris
O esforço é enorme, suor de alma, evidenciado
Nos pés tamancos, botas ou chinelos
Ainda que a vista seja longa, o pensar ofusca


Lá vai ela novamente toda serelepe
Uma gota escorre da testa. Arde e turva meus olhos
Acredita no futuro e no amor
Ainda assim, perto de mim, uma mancha de solo fresco
Não tem medo de bicho-papão
A cavadeira retira rápido a terra a ser devolvida
Nem de cobra, lagarto ou leão
No buraco exposto da terra ferida, coloco meu afresco


Lá vai ela novamente toda serelepe
Um muda de ipê dourado desejando que adulta, grite
Plantar esperança e vida com paixão
Porque sua beleza não se resume nos modos do ver
Na bagagem muitas estórias
Flores amarelas gritam no coração de quem admite
No coração a fé de que tudo é possível
E coração escuta mais do que se pode aperceber


Lá vai ela novamente toda serelepe
Feita a obra, terra devolvida, ferida sanada
Deixa com tristeza amores e afetos
Obra entregue com feitio de mulher, plantada!
Mas sua sina talvez seja essa: arar a terra
Guardo a escavadeira. Nas mãos, marca ralada
Para que aí brotem os amores-perfeitos
Viro as costas e desço trilha. Obra terminada!


Lá vai ela novamente toda serelepe
[[:Categoria:Niro|Niro]]
Prefere não olhar prá trás
Há muito lhe disseram que seu andar era redondinho
Também já disseram que pode pisar que nem trator
 
Lá vai ela novamente toda serelepe
Distribuindo sorrisos e colorindo aquarelas
Se já feriu foi como as rosas
Que espetam, mas não deixam de ser rosas
 
Lá vai ela novamente toda serelepe
Há muito a chamaram daida doida
Mas na verdade não tem rótulo
 
Lá vai ela novamente
Nuvem cigana, biruta ao vento
heroína, lenda ou dona-de-si
Mas, apenas mais uma mulher...
 
[[:Categoria:Pulso nos Impulsos|Zaida Machado]]
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Edição das 12h13min de 22 de outubro de 2010

Bem vindo!   128px-Globe of letters.svg.png    Hoje é segunda-feira, 25 de novembro.    600px-Wikibrasil.png

POEMA DA SEMANA


Ipê Mulher

Cavucos insistentes em um lugar qualquer
A escavadeira bruta não rompe o solo
Temo não concluir o signo da mulher
Olho em volta em busca de consolo

Que faço nessa montanha, peito molhado, cansado
Busca de sonho, busca de ser e existir, busca...
O esforço é enorme, suor de alma, evidenciado
Ainda que a vista seja longa, o pensar ofusca

Uma gota escorre da testa. Arde e turva meus olhos
Ainda assim, perto de mim, uma mancha de solo fresco
A cavadeira retira rápido a terra a ser devolvida
No buraco exposto da terra ferida, coloco meu afresco

Um muda de ipê dourado desejando que adulta, grite
Porque sua beleza não se resume nos modos do ver
Flores amarelas gritam no coração de quem admite
E coração escuta mais do que se pode aperceber

Feita a obra, terra devolvida, ferida sanada
Obra entregue com feitio de mulher, plantada!
Guardo a escavadeira. Nas mãos, marca ralada
Viro as costas e desço trilha. Obra terminada!

Niro

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