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[[Pandemia]]
[[João 8:32]]


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Protegido de pisadura de gado
A vontade era começar a falar
e escondido
E não parar nunca mais
da passagem de gente,
Até que todas as palavras
no meio da braquiária
Conhecidas e desconhecidas
repousa o Carapiá.
Fossem pronunciadas — inclusas as que fossem
De repente inventadas
Por ser preciso expressar o que nunca existira


Testemunha cretácea do Planeta.
Mas o momento, as condições materiais,
plantinha entre plantinhas,
O que aflige a todos, está na pauta dos jornais
folha carnuda e fruto um cogumelo amarelo
E  nas preocupações impublicáveis
invertido e aberto
Não permitem
— feito um mocó da Serra da Capivara,
ele assiste estático o passar das eras.


Sem ninguém para perguntar sua identidade
E assim, não podendo ser falada
se ele gosta de chuva ou clima seco
Não pode ser ouvida: não chega a se tornar verdade
se gosta de frio ou de calor
A verdade para sempre escondida
sol ou sombra, é comestível essa planta?
Será Medicinal?
Vários séculos passaram sem jamais alguém
dar-se ao trabalho.
 
Até quando um dia passou por ali uma pessoa,
descobriu seu nome, Caapiá, Capiá, Caiapiá,
Contraerva, Carapiá,
fez outras perguntas, achou outras respostas...
 
Vinda de outras altitudes, essa pessoa poderia ser facho de luz para o caminho,
mas prefere ser como um relâmpago no escuro,
 
Eis que novamente esquecida no tempo
e abandonada no capim crescido
a ''Dorstenia heringer'' sobrevive discreta
alheia a epidemia e carências;
repousa escondida e faz do procurá-la
companhia e distração para o poeta.


Mal escondida, diga-se
Porque ficou silenciada, mas o poema
Cedeu ao ímpeto de ser escrito
Fazendo-se registro codificado,
Uma página a mais,
Sexta poetica passível de leitura.
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[[:Categoria:Nevinho|Nevinho]].


[[:Categoria: Nevinho|Nevinho]]


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Edição das 13h50min de 24 de abril de 2020

Bem vindo!   128px-Globe of letters.svg.png    Hoje é sábado, 23 de novembro em 2024.    600px-Wikibrasil.png

POEMA DA SEMANA


João 8:32

A vontade era começar a falar
E não parar nunca mais
Até que todas as palavras
Conhecidas e desconhecidas
Fossem pronunciadas — inclusas as que fossem
De repente inventadas
Por ser preciso expressar o que nunca existira

Mas o momento, as condições materiais,
O que aflige a todos, está na pauta dos jornais
E nas preocupações impublicáveis
Não permitem

E assim, não podendo ser falada
Não pode ser ouvida: não chega a se tornar verdade
A verdade para sempre escondida

Mal escondida, diga-se
Porque ficou silenciada, mas o poema
Cedeu ao ímpeto de ser escrito
Fazendo-se registro codificado,
Uma página a mais,
Sexta poetica passível de leitura.

Nevinho.


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