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Quem me dera te atender no balcão | |||
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Te contar certas coisas que aprendi | |||
na vida buscando pão e beleza, | |||
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só pra dividir com você a tristeza. | |||
Tristeza que na verdade não sinto, | |||
te perder sim seria muito mais triste; | |||
não sei se no fundo minto ou não minto, | |||
amar é a coisa mais linda que existe. | |||
Um poeta nunca faz fingimento: | |||
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Edição das 14h19min de 28 de agosto de 2020
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POEMA DA SEMANA
Quem me dera saber levar um blues,
ter ginga no corpo e doce nos lábios...
ah se eu pudesse cantar a canção
que eu imagino sair de você.
Quem me dera te atender no balcão
bem cedinho você falar comigo,
com graça você me pedir seis pães,
eu te olhar e você sorrir pra mim.
Te contar certas coisas que aprendi
na vida buscando pão e beleza,
penso estar triste e tento não fingir
só pra dividir com você a tristeza.
Tristeza que na verdade não sinto,
te perder sim seria muito mais triste;
não sei se no fundo minto ou não minto,
amar é a coisa mais linda que existe.
Um poeta nunca faz fingimento:
seu passa-tempo é ficar por um triz,
corta a pópria carne buscando algo
pra saciar sua fome de ser feliz
vive dessa auto-flagelação
por um verso se expõe ao sofrimento
e conta seus segredos mais secretos:
sofrer é o meu melhor alimento
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