Amar é...

De Sexta Poética
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Amor é... a extinção da solidão, o encontro de dois silêncios que desperta o coração

O amor de encontrar-se, conflitar-se e fundir-se em todas as formas vividas, do cuidar das unhas e do sono, dos trabalhos que nos suprem e dos serviços que prestamos ao mundo, do nutrir, das emoções e toques partilhados profundamente até a imersão convoluta na filosofia

É desse amor que eu sinto falta, talvez sem tê-lo vivido

Pois que para além do silêncio do meu coração
Encontrei novamente um silêncio no mundo
Mas somente nele, e é só o que pude amar

E se de tão menor parece o amor quanto maior o objeto amado
Será mais fácil amar o mundo inteiro do que amar alguém?

Saí caminhando em busca de respostas...

Plantei uma árvore da vida para sonhar com o sonhador
Com os pés sobre a terra perdida estiveram comigo o rebanho e o pastor
Somei o três que é um ao dois que é um e é nenhum
Contemplando o que a força do vento e do pensamento tem em comum

Encontrando os sentidos das vidas na escolha e não no destino
Naveguei a memória do tempo, o esquecimento e seu mar proibido
Dancei com o grande palhaço do circo-navegador
Voando livre no espaço orbitando estrelas que lhe dão amor

Esse palhaço ia, dizendo a todos que via...

Aquele que te ama
Não vai exigir o seu amor
Nem implorar por ele

Aquele que te ama
Te quer mais livre do que dele

Aquele que te ama
Vai apenas pedir
Que observe seus sentimentos

E se bem sentir
Que na sua liberdade
Se prenda a ele

~~

O que se dá por ausente sem antes estar presente não se explica em uma vida
Que espera das palavras de um poema?