Poetisa, te conto
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<poem>
(para Zaida)
Ah, poetisa Já estava eu de saída quando vi suas palavras Tão cheias de cor… e dei-me conta que posso mais um lapso ficar para beber novas poesias encher minh’alma de calor
Leões ? Não, deles não tinha medo Não que seja uma brava Antes uma viajante, que, na floresta Só vê flores e cheira odores
Tenho medo, sim Mas de uma fera Que dentro de mim habita Que me arranha e me suga
Emaranhada em tantos fios Dela não consigo me soltar Não a conheço Nem mesmo a mim
Às vezes me engana É bela É doce É quente Me convida
Mas tem noite em que ela me assusta Me arrasa Me faz tremer Se vinga de mim Quer me parir
Dela fujo Por ela choro Mas sempre que diz que me deixa E me beija Fico com medo do silêncio Do vazio E com ela, fico.