Discussão:Brasiléia

De Sexta Poética
Revisão de 20h21min de 24 de abril de 2012 por Solstag (discussão | contribs) (→‎Métrica)
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Proposta de inclusão

Houve uma proposta do Nevinho de incluir o poema ...de Piratininga à Brasiléia. Afora as metaquestões de inclusão que discutimos por lá, ocorreu-me que o poema tem uma métrica e tom um tanto diferentes da Brasiléia. O que acham? Será que faz sentido incluir? Uma possibilidade é introduzir o poema com alguns versos, ainda na forma da brasiléia, anunciando uma ode à parte. Outra é tentar modificá-lo para que se adeque melhor. Ou, simplesmente ignorar essa questão, num espírito mais colcha de retalhos. --Solstag 23h00min de 16 de abril de 2012 (BRT)

Métrica

Sobre ter desfeito uma edição, primeiro eu realmente gosto de como aqueles versos soam, e não acho necessário tamanho cuidado com a métrica. Mas, ao mesmo tempo, a métrica particular dessa estrofe em oito sílabas é perfeita, mas mais complexa do que aparenta. Vou destrinchar aqui:

No 1 prin 2 cí 3 pio é 4 ra 5 mos 6 po 7 vos 8
De 1 mil 2 no 3 mes 4 lín 5 guas 6 ter 7 ras 8
Tí 1 nha 2 mos 3 nos 4 sas 5 mil 6 fés 7 Lu 8
tá 1 va 2 mos 3 nos 4 sas 5 mil 6 guer 7 ras 8

Notem que o terceiro e quarto versos encontram-se fundidos na métrica, um balanceando o outro! Por isso não é evidente o acordo =)

Abraço!

--Solstag 01h23min de 23 de abril de 2012 (BRT)

Eu soletratraria assim:

No/prin/cí/pio/é/ra/mos/po/ - 8
De/mil/no/mes/lín/guas/te/ - 7
Tí/nha/mos/nos/sas/mil/fés/ - 7
Lu/tá/va/mos/nos/sas/mil/gue/ - 8

Conta-se até a sílaba tônica, de modo que o terceiro verso ficou com sete sílabas. Meio estranho essa junção da sílaba inicial do quarto com o anterior. Mas enfim, acho que essa estrofe merece uma mexida maior. Abraços
--Nevinho Mande-me uma mensagem 20h33min de 23 de abril de 2012 (BRT)
Entendo a contagem que vc faz, mas ela é mais formal do que rítmica-fonética. Por exemplo se eu quebrasse os versos ao meio na apresentação (No princípio / Éramos povos / De mil nomes / Línguas terras / ...), ela perderia completamente a validade pois perderia sílabas meramente por dividir os versos de outra forma. A contagem que fiz é mais ligada ao fluxo e à leitura. Além disso, no primeiro verso pretende-se que "pio é" seja uma única sílaba, pela leitura natural dos fonemas. Caso se quisesse deixar claro que se tratam de duas sílabas, faria justamente mais sentido quebrar os versos ao meio, caso no qual a avaliação da métrica é completamente outra. Abraço!
--Solstag 22h00min de 23 de abril de 2012 (BRT)
Ale, se fosse "No princípio / Éramos povos / De mil nomes / Línguas terras / ...", seriam versos 3-4-3-3, realmente desiquilibrados. No princípio éramos povos / de mil nomes, línguas e terras fica 8-8, com sílabas fortes na terceira, quinta e oitava. E "pio é" não formam um fonema, mas dois, por força do ditongo crescente seguido de sílaba tônica. Abraço, --Nevinho Mande-me uma mensagem 13h00min de 24 de abril de 2012 (BRT)
Repetindo-me um pouco, eu não sou muito partidário dessas preocupações, exceto em casos que impliquem diferenças muito radicais de sentimento ou ritmo, como no tópico sobre Piratininga. Mas, pra esclarecer-me, "pio é" forma um único fonema porque, além de ser encontro vocálico, é o que o ritmo da poesia impõe, dado que é perfeitamente possível ler-se "pio é" como um único som contraído.
Se preferir, escrevemos o verso como "No princípio'éramos povos", onde a contração fica explícita e a contagem das sílabas formalmente clara, mas não vejo a necessidade dessa notação, pois em encontros vocálicos é natural e esperado - acho que até formalmente - que isso aconteça.
Por fim, acabei percebendo que, dado o encontro vocálico em "pio é" e a quebra de verso em "lutávamos", a contagem fica correta também pela contagem usual até a sílaba tônica, mas então com 7 sílabas:

No 1 prin 2 cí 3 pio'é 4 ra 5 mos 6 po 7 (vos)
De 1 mil 2 no 3 mes 4 lín 5 guas 6 ter 7 (ras)
Tí 1 nha 2 mos 3 nos 4 sas 5 mil 6 fés 7 ('Lu)
tá 1 va 2 mos 3 nos 4 sas 5 mil 6 guer 7 (ras)

--Solstag 20h21min de 24 de abril de 2012 (BRT)