Sexta, 05/05/2006
<poem>
Para a dor de uma paixão,
o melhor remédio é chorar, contigo aprendi.
Vai apertar o coração,
mas é melhor que ser falso e sorrir.
Por isso, eu choro em casa (onde se materializa o nosso vínculo), choro no trabalho e choro também no trânsito. Dirigindo choro aos cântaros, vejo as pedras no caminho que eu não pude tirar... como o Drummond, eu também nunca mais vou esquecer.
Assim, choro no Banco em frente ao computador e mesmo durante uma ou outra reunião. Choro de raiva e choro de amor; tem aquele choro engolido e o choro de aluvião. Quase sempre eu choro pra valer. É um choro molhado, um choro escorrido, choro mesmo um choro doído: eu vou chorar até morrer a perda dessa mulher.
Quando vem a vontade não faço nada para conter, para minha alma apertada é a melhor forma de afrouxar. E não tenho nenhum medo de escrever (da sintaxe nem da regra gramatical), não há, que dure para sempre, algum mal, aprendi que se eu caí, vou ter força pra levantar.
Choro sem por isso sentir vergonha. Choro tanto, choro de manhã ao ver a claridade no quintal, choro à tarde em meio a teclas e papel e choro na boca da noite para que passe logo a noite. Choro e deixo molhada a fronha - é sim uma espécie de autoaçoite.
Há muito tempo eu sabia que era meu destino ser poeta, mas não imaginava carregar essa chaga aberta.