Semiótica:Segundidade
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Sem dúvida nenhuma, um avião passou por ali.
Os jovens de mochilas nas costas e seus pais pedindo que se contenham, o executivo com sua pasta de couro e seu chefe de óculos escuros, a moça linda com brinco, anel e colar e o rapaz louro com olhar assustado, o piloto e a comissária, todos com suas afinidades e conflitos, provavelmente passaram ali.
Perpendicular ao eixo do sol, cruzando o país de norte a sul, os passageiros do avião não pensam que aqui embaixo, no Planalto Central, próximo ao Lago Paranoá, uma pessoa na torre de comando controla as coordenadas do vôo e eu, repentinamente maravilhado observo o rastro de fumaça branca marcando o dia vinte e cinco de maio de dois mil e três, em Brasília.