Amor de janela
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Assim como Marília e Dirceu
de longe, muito longe nos amamos
Em mundo de janela o amor se ergueu:
pra nós era normal o que era insano.
No escuro às vezes seu vulto surgia
lamnçando luz no que antes era breu.
No parapeito nosso peito ardia
longe: o seu no seu e o meu no meu.
Te buscando em verdade me buscava
(Percebi o que antes não percebia)
e a tal, outra distância se asomava:
quanto mais tu te buscas mais desguias.
Agora, pela janela me perco
e o olhar campeia perguntas no ermo:
Distância e amor vem sempre em parceria?
e Marília e Durceu com que olhos nos viam?