Sexta poética
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POEMA DA SEMANA
Protegido de pisadura de gado
e escondido
da passagem de gente,
no meio da braquiária
repousa o Carapiá.
Testemunha cretácea do Planeta.
plantinha entre plantinhas,
folha carnuda e fruto um cogumelo amarelo
invertido e aberto
— feito um mocó da Serra da Capivara,
ele assiste estático o passar das eras.
Sem ninguém para perguntar sua identidade
se ele gosta de chuva ou clima seco
se gosta de frio ou de calor
sol ou sombra, é comestível essa planta?
Será Medicinal?
Vários séculos passaram sem jamais alguém
dar-se ao trabalho.
Até quando um dia passou por ali uma pessoa,
descobriu seu nome, Caapiá, Capiá, Caiapiá,
Contraerva, Carapiá,
fez outras perguntas, achou outras respostas...
Vinda de outras altitudes, essa pessoa poderia ser facho de luz para o caminho,
mas prefere ser como um relâmpago no escuro,
Eis que novamente esquecida no tempo
e abandonada no capim crescido
a Dorstenia heringer sobrevive discreta
alheia a epidemia e carências;
repousa escondida e faz do procurá-la
companhia e distração para o poeta.
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