SAO/BSB 2

De Sexta Poética
Revisão de 18h00min de 1 de dezembro de 2009 por Nevinho (discussão | contribs)
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<poem> Dava a vida por um instante como esse frente a frente com uma mulher bonita...

Ao pé da escada, comtemplando sua beleza de camponesa fez um gesto educado deixando passar os outros passageiros que já se acumulavam em fila para subirem a bordo.

Ao entrar no avião, pediu pra outra aeromoça essa recepcionando à porta do avião uma folha onde desenhar algumas palavras, um poema estava pedindo para ser escrito.

Quando foi arrumar sua bagagem nos compartimentos superiores ou embaixo da poltrana à sua frente, como instrui o protocolo aquela imagem ao pé da escada lhe ocupou a mente outra vez e o passageiro que vinha logo atrás ficou impaciente, talvez imaginando que acomodando-se logo na aeronave chega-se antes ao destino.

Aceitou a balinha com gosto mas quando viu a bandeja cheia de balinhas de caramelo perguntou se não tinha também balinhas de café _ Não, não tem, mas vou verificar se tenho no armário.

O desejo de conhecer esse armário, abrir as gavetas, olhar dentro os segredos doeu no seu peito como a perda de um objeto antigo. Pediu também um copo d'água.

_ Não, realmente não tem, ela lamentou com um olhar simulando tristeza. _ Mas tem de chocolate, um brilho gentil iluminou seu olhar. Ele decidiu que entenderia aquilo como um gesto de abertura, pensou rápido, pediu outra folha de papel para continuar seu poema e finalmente se delatou: "quando entrei no avião pedi à sua colega uma folha de papel para escrever alguma coisa"... mostrou a folha cheia de palavras. _ Mas está sobrando inspiração _ deu um sorriso acanhado e não se conteve, pedindo um email qualquer para onde pudesse lhe enviar a poesia...

A camponesa lhe trouxe uma folha de papel A4, mas preferiu não informar email algum (jamais lerá este poema) trocando-o por aquele sorriso prifissional padrão TAM.

Quando saiu do avião e chegou ao saguão do aeroporto percebeu as mãos cheias de balinhas. Querendo continuar na presença da aeromoça, guardou-as no bolso e no dia seguinte deu para o Raimundo, um rapaz que vende pano de prato alvejado no cruzamento entre o final da L2 e a L4 Norte.