Madrugada
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<poem>
Deito e espero o sono
Que não quer vir.
Os olhos abertos, piscando, perplexos.
O corpo flácido. Inerte.
As sombras desenham formas Estranhas, fantasmagóricas, no teto. De vez em quando uma criança chora, berra, Cortando a fria madrugada. Os pneus de um carro boêmio Levam a um sobressalto O corpo flácido. Inerte.
Sinto um arrepio no ventre E uma imensa barata sobe-me ao peito, Lambendo-me o mamilo atrófico, incapaz De alimentar qualquer verme. A garganta seda, o olhar baço, O corpo flácido, morto.