Madrugada

De Sexta Poética
Revisão de 16h32min de 2 de junho de 2009 por 170.66.1.234 (discussão)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para navegação Ir para pesquisar

<poem>

Deito e espero o sono Que não quer vir. Os olhos abertos, piscando, perplexos. O corpo flácido. Inerte.

As sombras desenham formas Estranhas, fantasmagóricas, no teto. De vez em quando uma criança chora, berra, Cortando a fria madrugada. Os pneus de um carro boêmio Levam a um sobressalto O corpo flácido. Inerte.

Sinto um arrepio no ventre E uma imensa barata sobe-me ao peito, Lambendo-me o mamilo atrófico, incapaz De alimentar qualquer verme. A garganta seda, o olhar baço, O corpo flácido, morto.