Lembranças de um Céu Azul

De Sexta Poética
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Olhavamos pela janela, para o céu azul
Abraçados, aconchegados em nossos braços
Achando que o futuro era nosso

Desejos fúteis, juras de amor
Tolices acalentadas
                Entre colchas e cobertores amarrotados

Acreditavamos que o amanhã nos pertencia
Tinhamos forças para enfrentar deuses e monstros
Como se nada pudesse nos arrancar

Do Paraíso que havíamos criado
                Para nós

E hoje estou eu aqui

Sozinho


Com as mãos envelhecidas
Segurando um retrato preto-e-branco
Marcado nos cantos, amarelado
De um passado
Esquecido

De uma mão acenando de longe
De sorrisos e abraços que só existem agora

Na minha cabeça
                Na tristeza das minhas lembranças
                Nos pesadelos oníricos que todos
Os dias lutam contra minha realidade
          
Faz tanto tempo, tantos anos
E o nosso destino
                Nossas promessas
Nossas juras de eterno amor
Tornaram-se apenas mais
Um sonho
Nas brumas do esquecimento