Domingo de sol

De Sexta Poética
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E contigo aprendi também que por trás do horizonte _ geralmente azul _ existe outro mundo (imenso) APRENDI a querer mais em cada viagem descobri o mundo grande e que a vida não pode por si se perder ficar encolhida sendo vivida pela metade apenas quanto ao detalhe a minúcia o detalhe o detalhe apenas

Contigo aprendi o valor de um domingo de sol a preguiça rolando na cama a sinfonia do vento esvoaçando, o frescor da manhã. E o sexo mais baixo com línguas e unhas gemidos e pernas, contigo aprendi. Contigo aprendi a diferença que existe entre o sexo oposto e o oposto do oposto que acabam sendo iguais e cada um se alimenta na fome do outro e cada qual quer ser mais desejado com malícia e pureza. Contigo aprendi que apenas eu Névio Carlos de Alarcão, filho de Seu Laerte e D. Joaquina, que nasceu temporão no dia sete de novembro de hum mil, novecentos e cinqüenta e oito anos após o nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo só eu, o Nevinho dormiu tantas e várias noites ao som do sermão do Pastor Benjamim, ou do Reverendo Eudaldo, deitado no banco da Igreja Nacional, na 906 Sul ao lado da Igreja Memorial Batista, onde anos depois meu irmão se casaria com uma noiva de roxo.

Só eu, o Nevinho, quis comer a Nelbe na caixa d'água do prédio em construção mesmo que ela estivesse morta Só eu quase morri envenenado de tanto comer mamona seca (coquinho da favela) junto com o Wilsom irmão do Calo do Icada do Celso do Mimi e do Serginho filhos da D. Jurema que dançava sob a ralha do filho mais velho e do Seu Jorge que um dia morreu enquanto dormia.