Sexta, 26/05/2006

De Sexta Poética
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DESAMOR PRÓPRIO

(para o meu amigo Chichico)

A rejeição é ferida funda que sujeita o desprezado à mendicância. Uma mensagem banal, um e-mail de poucas linhas, qualquer sinal de reconhecimento, um grão de arroz alimenta a fome do faminto.

Mas quem rejeita não faz concessões. Essa é a regra, faz parte da dança. Quem rejeita sentiu-se primeiro rejeitado: só assim sacia sua sede de vingança.

A rejeição é prima-irmã da ojeriza, é ferida funda que dificilmente cicatriza, mesmo depois de curada dói ainda, é muito funda, uma dor infinda, dói, dói ainda.