Balé de Amor
<poem>
Houve um tempo que seu rosto era iluminado De seus olhos saiam estrelas Estrelas que giravam a minha volta Como em estórias de fadas Eu girava na mesma órbita E me fazia princesa
Houve um tempo que seu sorriso era largo De sua boca saiam muitos beijos Que me chegavam como flores No meu jardim era sempre primavera
De sua boca saiam, também, canções Canções de palavras que comungavam amor, admiração, devoção, felicidade e satisfação
Com esta canção eu fiz meu balé Eu era a primeira bailarina E bailava com a leveza de quem Não carrega nenhum fardo Era leve... Muito leve... Quase flutuava
Hoje seu rosto é pálido Pálido e frio Seus olhos estão cegos Sua boca se fechou Fechou-se como um cofre.
Em suas veias corre metal Ora, seus olhos soltam raios de desprezo Ora, refletem nuvens de ironia
Uma névoa pairou sobre meu jardim Já não ouço nenhuma canção Apenas o silêncio do vazio Este vazio preenche aquele espaço Que dantes eu dançava...
Já não sou bailarina Apenas, bailo ao leo no vazio vazio
12/05/2007