Balé de Amor

De Sexta Poética
Revisão de 20h35min de 9 de outubro de 2009 por Zaida (discussão | contribs)
Ir para navegação Ir para pesquisar

<poem>

Houve um tempo que seu rosto era iluminado De seus olhos saiam estrelas Estrelas que giravam a minha volta Como em estórias de fadas Eu girava na mesma órbita E me fazia princesa

Houve um tempo que seu sorriso era largo De sua boca saiam muitos beijos Que me chegavam como flores No meu jardim era sempre primavera

De sua boca saiam, também, canções Canções de palavras que comungavam amor, admiração, devoção, felicidade e satisfação

Com esta canção eu fiz meu balé Eu era a primeira bailarina E bailava com a leveza de quem Não carrega nenhum fardo Era leve... Muito leve... Quase flutuava

Hoje seu rosto é pálido Pálido e frio Seus olhos estão cegos Sua boca se fechou Fechou-se como um cofre.

Em suas veias corre metal Ora, seus olhos soltam raios de desprezo Ora, refletem nuvens de ironia

Uma névoa pairou sobre meu jardim Já não ouço nenhuma canção Apenas o silêncio do vazio Este vazio preenche aquele espaço Que dantes eu dançava...

Já não sou bailarina Apenas, bailo ao leo no vazio vazio

          12/05/2007