Águas de Março

De Sexta Poética
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Em plena águas-de-março Interceptei-o... Não o sabia, não o conhecia Apenas desejei-o... Assim fora!

Dei-lhe meu céu todo azul Um mar cheio de vidas... Pisávamos em areias tenras e alvas Que jamais existiram... Assim fora!

Nosso leito era de conchas cheias de pérolas... Cobría-nos, sempre, um céu Cheio de diamantes... Assim fora!

Alimentávamo-nos de algas e flores Bebíamos na fonte do amor... Trabalhávamos no paraíso No paraíso de nós dois... Assim fora!

Mas, um vento frio, egoísta e orgulhoso Soprou-lhe algo em seus ouvidos... Vento maldoso, tu não vieras da rosa-dos-ventos!? Cegara meu amor... Assim fora!

E desde esse dia Apartara-te de mim... Númbulos tomaram nosso céu A areia transformou-se em movediça Nosso leito virou rocha fria Comemos espinhos e bebemos veneno Assim fora!

O egoísmo e a frieza daquele vento Fizeram-no pedra... Não pude mais plantar flores As conchas quebraram-se As pérolas se foram... E Assim foi!

13/08/2007