Borboleta de Outono IV

De Sexta Poética
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Fui à rua... As árvores exibiam flores primaveris Outrora me deslumbravam Tanto... Tanto... Tanto... Que parecia serem vistas só por mim

Por mais que eu cantasse Sua beleza e flores e galhos Só a mim encantavam Creio que as pessoas não gostam de ver belezas Pelos olhos dos outros...

Fui à rua... As árvores e flores primaveris Apesar de ainda belas Não me encantaram como antes Ouvi outros cantarem sua beleza Já que muda fiquei

Passaram por mim como velhas amigas Não preciso dizer que são lindas Elas sabem quanto o são E eu sei onde elas estão Ali estarão por mais tempo Do que em minhas fotografias

Mas... ora!? O que vejo no chão do meu quarto? Uma folha de outono? Não! Oh, Deus... É a borboleta de outono... Pobre borboleta de outono!

Como fostes aí parar? Achei que ganhara o espaço Ficaste presa? Sufocou-se? Mas, a janela estava aberta? Por que não foste voar?

Sim, eu sei! O tempo passou... Assim como o meu passa Tudo é ilusão, eu sei! Se chegaste ao outono... Não poderia voltar a primavera.

Recolho-te do chão Será que guardo seus restos outonais? Prendo-te à uma folha de papel? Acho que não! A mim não gostaria tal fim...

Seria negar-lhe O direito da terra voltar Para da terra renascer E tornar a viver Talvez... Em outro estação. Adeus, borboleta de outono.

Zaida M. - 14/10/2007