Sexta, 03/11/2006
<poem>
O que há de comum
em um rolo de fita durex,
uma caixa de grampos marca Ret-Lit,
uma medalha de honra ao mérito, um estilete, um apontador,
lápis variados, canetas de tudo quanto é cor,
um celular pré-pago há muito tempo sem uso,
um caderno velho e um jogo de dominó?
Histórias antigas, sim, cada coisa conta. Lembranças esparsas, pensamentos vãos...
Estarem na mesma gaveta esquecidas, intocadas, solenes é o que essas coisas une. Mas o que representa mesmo tal união? É a tranquilidade de um lar cristão? São as infinitas possibilidades de que abrimos mão? Ou chegar em casa à noite, abrir a janela, olhar o quintal e sentir nisso uma suave emoção?
Na gaveta do lado esquerdo da mesa do quarto do fundo, são alguns objetos apenas. Por si mesmos não levantam qualquer dilema e se nada mais significassem, que importa, seviram para este poema.