Sobre Sapatos
<poem> Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos Não mais possuem caminhos
Ás vezes, calço tamancos... Pisam com altivez andam com soberania, parecem ter caminhos decididos Mas, na verdade, gosto porque saem do pé com a mesma facilidade com que entraram
Às vezes, necessito de botas... Dão segurança andam por caminhos enlameados e difíceis São armaduras seguras Mas, com o tempo tornam-se pesadas, esquentam e quero tirá-las
Gosto dos chinelos... São displicentes atrevidos andam por caminhos irreverentes Acham que calçam bem e até mostram caminhos De repente, as correias se desprendem... O desapontamento desnorteia...
Já tive sapatos bem calçados e seguros outros displicentes Já tive até sapato de cristal... Hoje?
Tenho os pés descalços que não se ajustam a sapatos Não mais possuem caminhos
Pisam com leveza, buscam amaciarem um único caminho Preferem se deixar machucar por pedras esperadas, sabem como tratar Têm medo de experimentarem novos sapatos A que caminhos conduzirão? Pés feridos e sem sapatos são piores do que apenas Pés descalços...
Já tive sapatos bem calçados e seguros outros displicentes Já tive até sapato de cristal