CHEGADA A SÃO PAULO: 6 DA MANHÃ
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I Meu nariz planaltinense acostumado ao perfume inodoro das flores do cerrado de longe te denunciou a chegada. Teu cheiro de suor e fumaça, tuas ruas de muito barulho trabalho e pouco sorriso, de muita pressa e nenhuma poesia, teu céu de garoa e fuligem, tua silhueta incerta de edifícios, teu corpo de concreto e metal e cristal, tuas veias transbordando pernas e automóveis, teu coração de ferrugem, tudo em ti me assustou. II Te vi acordar do breve sono que tens tomando um pingado nas esquinas, tomando um coletivo nas esquinas, tomando o rumo rápido para as oficinas e mergulhar no pesadelo do dia-a-dia.
Mergulhar no delírio de apenas mais um dia.