Sexta, 15/06/2007
<poem>
Com a intenção talvez de equivaler-me
a um tóten da cultura nacional
esqueço-me de minhas próprias mazelas
(que no início eram razão de tudo).
Falo tudo, as palavras me são úteis e pra esconder o que em mim menos gosto vou cavando temas, criando metáforas eu troco o sujeito e mudo os pronomes
Se me é tão fácil assim versejar mistério profundo há serem capazes certas palavras trazerem à tona o que jazia em ti também guardado.
O que na solidão dessa leitura te faz relembrar de algo já esquecido uma ilusão de infância ou um segredo que passou mocidade e juventude.
Mas agora que já é adulto em frente ao micro você se permite olhar pra dentro de si e as coisas mais corriqueiras tornam-se belas: só porque é você quem lê, você quem lembra.