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De Sexta Poética
Revisão de 14h37min de 2 de abril de 2020 por Nevinho (discussão | contribs)
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Sim, lógico, poderia ser
Outra pessoa. Afinal
O que importa
É a companhia - qualquer uma
Pessoa, outra
Poderia ser.

Pessoa qualquer
Que ame a natureza
Goste das plantas
Defenda os animais

Pessoa qualquer que cuide da Lilica
Zele pelo Dique
Tem carrapato? Esse caroço na barriga o que é?

Pessoa qualquer que admira Niède Guidon
Respeita Ana Maria Primavesi
Curte pintura rupestre e acredita na recuperação do solo
Se interessa pelo diferente, gosta das pancs, das frutas
Exóticas (descobre nos cafundós de São Paulo
Alguém um rapaz peculiar que protege espécies,
Faz muda e vende),
De cultivá-las no quintal
E anotar tudo no caderninho amarelo
A Acoaratinga, o Achachairu, a Abiurana, o Araçá piranga
Cereja-peba, a Perinha do cerrado
Anona montícula, Eugênia suberosa
Que dia foi plantada aquela caliandra
Germinaram as sementes do Araticum que dia
Hoje apareceu um casal de pássaros diferentes
Nunca tínhamos visto eram preto e amarelo
A ponta da asa era branca _<\sup> descobre depois
Eram corrupiões

Uma pessoa que contemple o vale do Rio São Bartolomeu
E seus olhos azuis brilhem cintilando perguntas:
O capão da onça onde fica no mapa, aqui?
Olhe para cerrado esse bioma
E veja a vida cuja diversidade assombra

Pessoa curiosa pelo que tem dentro
E cresce escondido da atenção comum
Cura ferida?
Alimenta bicho?
Dá certo fazer um chá?
Atenta ao que existe à margem
E compõe o mosaico _ enfim,
No Planalto Central do Brasil
Alguém que descobriu nova razão de ser

Precisa-se dessa pessoa que ama a natureza
Que tem nome sim, importante pra mim
Mas aos outros basta sabê-la professora
(Seus detalhes, minúcias, segredos
Guardo todos pra mim)
Roncenho termista, mulher dolomítica

Infelizmente, não existe meia dúzia iguais assim
Quem me dera existissem duas

Nevinho