Pandemia

De Sexta Poética
Revisão de 20h29min de 9 de abril de 2020 por Nevinho (discussão | contribs)
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<poem> Protegido de pisadura de gado e escondido da passagem de gente, no meio da braquiária repousa o Carapiá.

Testemunha cretácea do Planeta. plantinha entre plantinhas, folha carnuda e fruto um cogumelo amarelo invertido e aberto — feito um mocó da Serra da Capivara, ele assiste estático o passar das eras.

Sem ninguém para perguntar sua identidade se ele gosta de chuva ou clima seco se gosta de frio ou de calor sol ou sombra, é comestível essa planta? Será Medicinal? Vários séculos passaram sem jamais alguém dar-se ao trabalho.

Até quando um dia passou por ali uma pessoa, descobriu seu nome, fez outras perguntas, achou outras respostas...

Vinda de outras altitudes, essa pessoa poderia ser facho de luz para o caminho, mas Prefere ser como um relâmpago no escuro,

Eis que novamente esquecida no tempo e abandonada no capim crescido a Dorstenia heringer sobrevive discreta alheia a epidemia e carências; repousa escondida e faz do procurá-la Companhia e distração para o poeta. </podem>

Nevinho