Febre de palavras
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A FEBRE DAS PALAVRAS Eu do lado de cá Ela do lado de lá Um semáforo nos separa E o homenzinho vermelho além de salvaguardar o pedestre, sinaliza a proibição de um romance repentino. A fantasia não, não conhece limites, atravessa ruas sem se importar com o fluxo dos automóveis. Finalmente o homenzinho fica verde E o que seria abraços e beijos… Nada acontece, ela passa para o lado de cá conversando ao celular com alguma paixão mais concreta, e eu, eu sigo para o lado de lá, entro na loja e troco a bateria errada pela certa do termômetro que não vai acusar nunca essa minha febre incontrolável.