SAUDADE I

De Sexta Poética
Revisão de 15h54min de 5 de maio de 2009 por Nevinho (discussão | contribs) (Categoria Desejo)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para navegação Ir para pesquisar

<poem>


A saudade é como um curral guarda o ser dentro do ser feito animal e a dolorosa lembrança, a principal, a que arranha a memória como um punhal, a que nos amedronta fazendo-se atual, intimida mais que todo arsenal, mais que as bombas, as guerras, todo mal, da dor, do pânico, a causa essencial, bem pode ser a meramente trivial, declaradamente banal.

Assim, uma notícia de jornal, uma folha que cai, um ninhal, a beleza da nossa noite austral, a cerveja no bar tradicional, o corre-corre do dia-a-dia oficial enfim, seu mínimo sinal, dos velados, o mais velado sinal transporta-me à sua presença fatal.

Assim, do trivial, do mais banal, da vida, imenso caudal ou do lodo mais lodoso do meu lodaçal garimpo você, meu tesouro mineral.