ESCULTURA

De Sexta Poética
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Não é uma marreta Mas uma caneta E não é um cinzel Mas um pedaço de papel Com seus instrumentos de mão O poeta esculpe nas palavras sua canção Tal qual Aleijadinho de Sabará Um poeta de qualquer lugar Também constrói sua escultura Com cabeça. tronco e membros _ sua estrutura Não em barro ou pedra ou pau Mas num papiro de seda ou num canto de jornal Talvez sem a mesma formosura Das imagens de Aleijadinho, o mestre Mas com a mesma espessura Talvez sem a mesma beleza Da perfeição de Sabará Mas cada verso tem sua profundeza Mais que todo rio, todo mar Seu rosto de santo ou espada de São Jorge Tem sua paz ou seu alforge Tem as prendas de Sabará

Sem sequências de rimas Sem sequência de ritos Como Aleijadinho e seus mitos seus martelos, espátulas e limas