Apresentação do EmQuatro/William

De Sexta Poética
Revisão de 11h29min de 7 de abril de 2009 por Nevinho (discussão | contribs)
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    Apresento-me. Eu aqui. Não sou poeta. Sem modéstia.
Sou mesmo não. Tenho pressentimentos. Sangro por dentro.
Saem linhas, às vezes. Às vezes, nem isso. De madrugada cos-
tima acontecer, de não deixar dormir. Sou mais pra contis-
ta, é brinquedo mais demorado, pode-se errar mais vezes, Poe-
ta não. Pelo menos, não de tempo integral.

    EmQuatro. Por acaso, os encontrei. Rosane, sorriso de
nuvem mezozóica, E brasiliense _ avis rara _ o que é, para
mim, objeto de estudo. Nevinho, muito eu. Goianos e minei-
ros, eterna osmose, esse reconhecer-se. Bilau, do Nordeste, a
única litorânea, nos trazendo este vento leste, este sabor de
sal, cruzar nossos caminos com pressa de biga romana.
Por acaso os encontrei, casca de noz que somos neste oceano
encapelado. Com certeza, nos separaremos. Ficará o livro, o
trançado de nossas vidas em um momento.

    Apresento-vos. Sois alguns leitores nossos, uns por acaso,
outros por delicadeza de amizade, outros por parentesco, ou-
tros por pontos em comum. Não encontrareis aqui _ tirai o
cavalo da chuva _ a chave de nenhuma questão. Esta é apenas
mais uma valsa na dança crua da vida. Urge aproveitá-la bem,
antes que acabe. Valsai!

    Estamos todos apresentados? Que este livro, portanto,
se multiplique pelas cabeças que o lerem. Nem sei por que,
mas que seja assim. E se há como mudar o mundo, que ele se-
ja um passo nessa direção. Assim como está, não... não
dá pra ficar

                                    Brasília, outubro de 1984