CHEGADA A SÃO PAULO: 6 DA MANHÃ: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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I
Meu nariz planaltinense acostumado
Meu nariz planaltinense acostumado
ao perfume inodoro das flores do cerrado
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teu coração de ferrugem,
teu coração de ferrugem,
tudo em ti me assustou.
tudo em ti me assustou.
II
Te vi acordar do breve sono que tens
Te vi acordar do breve sono que tens
tomando um pingado nas esquinas,
tomando um pingado nas esquinas,

Edição atual tal como às 16h11min de 11 de setembro de 2010

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I Meu nariz planaltinense acostumado ao perfume inodoro das flores do cerrado de longe te denunciou a chegada. Teu cheiro de suor e fumaça, tuas ruas de muito barulho trabalho e pouco sorriso, de muita pressa e nenhuma poesia, teu céu de garoa e fuligem, tua silhueta incerta de edifícios, teu corpo de concreto e metal e cristal, tuas veias transbordando pernas e automóveis, teu coração de ferrugem, tudo em ti me assustou. II Te vi acordar do breve sono que tens tomando um pingado nas esquinas, tomando um coletivo nas esquinas, tomando o rumo rápido para as oficinas e mergulhar no pesadelo do dia-a-dia.

Mergulhar no delírio de apenas mais um dia.