Carta de Brasília: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Só aceitamos a inércia para com movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.
Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Só aceitamos a inércia para com movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.
'''A disfunção'''
Se diz que há na cabeça dos poetas um parafuso de a menos
Sendo que mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos.
A troca de parafusos provoca nos poetas uma certa disfunção lírica.
Nomearei abaixo 7 sintomas nos poetas dessa disfunção lírica.
1 - Aceitação da inércia para dar movimento às palavras.
2 - Vocação para explorar os mistérios irracionais.
3 - Percepção das contigüidades anômalas entre verbos e substantivos.
4 - Gostar de fazer casamentos incestuosos entre palavras.
5 - Amor por seres desimportantes tanto como pelas coisas desimportantes.
6 - Mania de dar formato de canto às asperezas de uma pedra.
7 - Mania de comparecer aos próprios desencontros.
Essas disfunções líricas acabam por dar mais importância aos passarinhos do que aos senadores.   
Manoel de Barros, Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo





Edição das 16h29min de 12 de março de 2010

Esse texto será sendo escrito pelos artistas de Brasília, reunidos em torno do Movimento 50 anos em 50 horas (nome provisório).

Para colaborar, clique na aba Editar acima e escreva à vontade. Não se esqueça de salvar (botão no roda pé do box de edição).

Se quiser, pode também editar na aba Discussão.


CARTA DE BRASÍLIA

<poem> Nós, poetas, músicos, pintores, artistas de Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionarmos frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos festejar os cinquenta anos de nossa cidade de cabeça erguida e com a alma lavada.

Brasília é dos sonhadores, dos criadores, dos trabalhadores, dos bons empresários, dos que cuidam dos outros, dos que cuidam da chama da vida. Que vá a lama, que venha o leite e mel do futuro imaginado em pedra, palavra e suor. Brasília nasceu visionária, nasceu aquariana, nasceu solidária. Não há ladrão de gravata que tenha o direito de invadir nossa poética praia. Na festa dos cinqüenta anos da nossa querida Brasília, que saiam de cena os ladrões, os capangas, os parasitas, e entrem, montados no eixão/corpo do pássaro, os que sabem voar em suas asas!!!

Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Só aceitamos a inércia para com movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.