Carta de Brasília

De Sexta Poética
Revisão de 17h11min de 1 de março de 2010 por 201.14.100.126 (discussão)
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Esse texto será sendo escrito pelos artistas de Brasília, reunidos em torno do Movimento 50 anos em 50 horas (nome provisório).

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CARTA DE BRASÍLIA

<poem> Nós, poetas, músicos, pintores, artistas de Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionarmos frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos festejar os cinquenta anos de nossa cidade de cabeça erguida e com a alma lavada.

Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.


A disfunção


Se diz que há na cabeça dos poetas um parafuso de a menos

Sendo que mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos.

A troca de parafusos provoca nos poetas uma certa disfunção lírica.


Nomearei abaixo 7 sintomas nos poetas dessa disfunção lírica.

1 - Aceitação da inércia para dar movimento às palavras.

2 - Vocação para explorar os mistérios irracionais.

3 - Percepção das contigüidades anômalas entre verbos e substantivos.

4 - Gostar de fazer casamentos incestuosos entre palavras.

5 - Amor por seres desimportantes tanto como pelas coisas desimportantes.

6 - Mania de dar formato de canto às asperezas de uma pedra.

7 - Mania de comparecer aos próprios desencontros.


Essas disfunções líricas acabam por dar mais importância aos passarinhos do que aos senadores.


Manoel de Barros, Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo