Copinhos de papel: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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   Novamente o chacareiro precisou deixar seus afazeres prediletos. Recebeu um aviso pelo aplicativo do celular e foi na 208 Sul resgatar sua encomenda, um cento de copinhos de papel, feita no começo da semana. Saindo da estrada vicinal que leva ao Núcleo Rural Sobradinho dos Melos, coisa de 10 quilômetros chega ao balão que cruza a DF 001, que circunda o Plano Piloto de Brasília, cujo mapa mais parece um pássaro de asas abertas, ou um avião, ou uma borboleta, várias imagens podem ser evocadas. O chacareiro nesse caso mostra um veio menos fantasioso e gosta do que disse o urbanista que concebeu o projeto vencedor do concurso que, na década de 1950, definiu o planejamento da capital: “a idéia nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto”. Em meia hora estará passando por esse cruzamento, conhecido à época da construção da capital como Maço Zero, onde foi localizada à rodoviária. Antes porém, logo depois do balão do Paranoa, do lado direito de quem desce a rodovia do tamanduá, poucos conhecem pelo nome a via que liga o entroncamento nas MIs ao Balão do Paranoá, o chacareiro passou num viveiro e comprou um saco de terra preta e um saco de cama de frango, que misturados serão usados tanto para encher os copinhos de papel e fazer novas mudas como para fazer adubação de cobertura nas plantas crescidas. Pode-se perguntar por que comprá-los agora e andar com o carro mais pesado. O chacareiro justifica dizendo que até tem razão, é carregar peso à toa, quer dizer, teria razão, existe a possibilidade de ele voltar a passar por aí depois das seis da tarde, o viveiro fecha às 18 horas e, motivo principal, na ida o viveiro está na mão de quem vai, na volta o viveiro fica na mão contrária, sempre um risco a mais. O chacareiro prefere não dar chances ao azar, sempre que pode é assim que delibera. De mais a mais o peso dos dois sacos no porta-malas do seu Jeep não faz tanta diferença assim.
   Novamente o chacareiro precisou deixar seus afazeres prediletos. Recebeu um aviso pelo aplicativo do celular e foi na 208 Sul resgatar sua encomenda, um cento de copinhos de papel, feita no começo da semana. Saindo da estrada vicinal que leva ao Núcleo Rural Sobradinho dos Melos, coisa de 10 quilômetros chega ao balão que cruza a DF 001, que circunda o Plano Piloto de Brasília, cujo mapa mais parece um pássaro de asas abertas, ou um avião, ou uma borboleta, várias imagens podem ser evocadas. O chacareiro nesse caso mostra um veio menos fantasioso e gosta do que disse o urbanista que concebeu o projeto vencedor do concurso que, na década de 1950, definiu o planejamento da capital: “a idéia nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto”. Em meia hora estará passando por esse cruzamento, conhecido à época da construção da capital como Maço Zero, onde foi localizada à rodoviária. Antes porém, logo depois do balão do Paranoa, do lado direito de quem desce a rodovia do tamanduá, poucos conhecem pelo nome a via que liga o entroncamento nas MIs ao Balão do Paranoá, o chacareiro passou num viveiro e comprou um saco de terra preta e um saco de cama de frango, que misturados serão usados tanto para encher os copinhos de papel e fazer novas mudas como para fazer adubação de cobertura nas plantas crescidas. Pode-se perguntar por que comprá-los agora e andar com o carro mais pesado. O chacareiro justifica dizendo que até tem razão, é carregar peso à toa, quer dizer, teria razão, existe a possibilidade de ele voltar a passar por aí depois das seis da tarde, o viveiro fecha às 18 horas e, motivo principal, na ida o viveiro está na mão de quem vai, na volta o viveiro fica na mão contrária, sempre um risco a mais. O chacareiro prefere não dar chances ao azar, sempre que pode é assim que delibera. De mais a mais o peso dos dois sacos no porta-malas do seu Jeep não faz tanta diferença assim.


   Meia hora depois, pouco mais, pouco menos, ele está passando do Eixão Norte para o Eixão Sul, pelo que os brasilienses conheçem como buraco do tatu. Explicando: os eixos mencionados naquela frase emblemática receberam as alcunhas de Eixo Rodoviário e Eixo Monumental, sendo o Rodoviário no sentido norte sul e o Monumental no sentido leste oeste.  O urbanista solucionou a questão da circulação de veículos fazendo passar o Eixão rodoviário, as asas do avião, na imagem mais popularmente aceita, por baixo do eixo monumental (a fuselagem). Ao longo do eixo rodoviário foram construídas quadras residenciais e ao longo do outro, o monumental, ficaram os setores hoteleiros, comerciais, bancários, de diversão, áreas de cultura e os  órgãos administrativos. E se existe o Eixão, existe os eixinhos, que correm mais ou menos paralelos a antigos rios da região. Isso porque o Plano Piloto de Brasilia foi construído num grande chapadão, banhado por alguns ribeirões e córregos, os principais são o Torto, o Bananal, o Gama, o Vicente Pires e o córrego Guará. Esses vários rios se juntavam e formavam o Rio Paranoá, que foi represado, dando origem ao atual Lago Paranoá. Mais pra frente, o chacareiro prefere assim, vai esmiuçar a história desse cursos d’água, gota por gota, prometido, por ora vamos acompanhar o Jeep do chacareiro que vai saindo do buraco do tatu, avistando o imponente prédio do Banco Central que mais parece um imenso brinquedo de montar LEGO. O confuso trajeto até a 208 Sul ele faz até de olhos vendados. Sai do Eixão pela agulhinha da 05/06 e faz a tesourinha pra pegar o eixinho de cima (seria estranho falar eixinho oriental e eixinho ocidental , mais coerentemente eles são chamados eixo L de leste e W emprestado do inglês west, oeste. No dia a dia são chamados de eixinho de baixo e eixinho de cima). Vai pegar o eixinho de cima mas tem que fazer outra tesourinha e descer o tobogã porque algumas ruas, a rua da igrejinha inclusive, 107/108, está fechada para “revitalização”. Depois que parte do Eixão na Galeria dos Estados desabou a obra virou prioridade. No balão da 405/406 vira à direita e pode seguir reto. A meio caminho se lembrou da nova receita que aprendeu e vai fazer para a filha: salsão, maçã verde, iogurte natural e castanha de caju. Ah filhos, filhos... No próximo balão desce a rua 406/407. Distraído, na entrada do supermercado se assusta com o funcionário apontando o medidor de temperatura. Ele sacou do coldre e devolveu à queima-roupa a pergunta que não quer calar, a resposta veio curta e grossa: não entra.
   Meia hora depois, pouco mais, pouco menos, ele está passando do Eixão Norte para o Eixão Sul, pelo que os brasilienses conheçem como buraco do tatu. Explicando: os eixos mencionados naquela frase emblemática receberam as alcunhas de Eixo Rodoviário e Eixo Monumental, sendo o Rodoviário no sentido norte sul e o Monumental no sentido leste oeste.  O urbanista solucionou a questão da circulação de veículos fazendo passar o Eixão rodoviário, as asas do avião, na imagem mais popularmente aceita, por baixo do eixo monumental (a fuselagem). Não chega a ser túnel, é uma passagem por baixo, buraco do tatu e um bom apelido. Ao longo do eixo rodoviário foram construídas quadras residenciais e ao longo do outro, o monumental, ficaram os setores hoteleiros, comerciais, bancários, de diversão, áreas de cultura e os  órgãos administrativos. E se existe o Eixão, existe os eixinhos, que correm mais ou menos paralelos a antigos rios da região. Isso porque o Plano Piloto de Brasilia foi construído num grande chapadão, banhado por alguns ribeirões e córregos, os principais são o Torto, o Bananal, o Gama, o Vicente Pires e o córrego Guará. Esses vários rios se juntavam e formavam o Rio Paranoá, que foi represado, dando origem ao atual Lago Paranoá. Mais pra frente, o chacareiro prefere assim, vai esmiuçar a história desse cursos d’água, gota por gota, prometido, por ora vamos acompanhar o Jeep do chacareiro que vai saindo do buraco do tatu, avistando o imponente prédio do Banco Central que mais parece um imenso brinquedo de montar LEGO. O confuso trajeto até a 208 Sul ele faz até de olhos vendados. Sai do Eixão pela agulhinha da 05/06 e faz a tesourinha pra pegar o eixinho de cima (seria estranho falar eixinho oriental e eixinho ocidental , mais coerentemente eles são chamados eixo L de leste e W emprestado do inglês west, oeste. No dia a dia são chamados de eixinho de baixo e eixinho de cima). Vai pegar o eixinho de cima mas tem que fazer outra tesourinha e descer o tobogã porque algumas ruas, a rua da igrejinha inclusive, 107/108, está fechada para “revitalização”. Depois que parte do Eixão na Galeria dos Estados desabou a obra virou prioridade. No balão da 405/406 vira à direita e pode seguir reto. A meio caminho se lembrou da nova receita que aprendeu e vai fazer para a filha: salsão, maçã verde, iogurte natural e castanha de caju. Ah filhos, filhos... No próximo balão desce a rua 406/407. Distraído, na entrada do supermercado se assusta com o funcionário apontando o medidor de temperatura. Ele sacou do coldre e devolveu à queima-roupa a pergunta que não quer calar, a resposta veio curta e grossa: não entra.


   Na vota, depois de passar na 209, fazer a receita para a filha e pegar seus copinhos de papel, o chacareiro não tinha mais nada a comprar mas se lembrou do Roberto e da promessa que fez. Ou Roberto foi nome mal inventado, ou estava de folga,ou o Guilherme tomou seu lugar. “Guilherme” é o nome que o chacareiro leu no crachá preso no segundo botão de cima da camisa de tons de verde do rapaz (é o uniforme da empresa), escalado hoje pra tomar a temperatura dos clientes que entram no supermercado. O nome não diz nada da educação da pessoa, mas este Guilherme respondeu ao chacareiro com bem melhor postura do que o outro de posição similar na loja da 406/407 Sul. Guilherme é da loja do Lago Norte. Fica em suspenso a questão: a gerência escalamos melhores para o Lago e os menos preparados para a Asa Sul? Por que? O que já pode ficar assentado é que foi com mais segurança e sobriedade que o Guilherme respondeu; acima de 37,5 o cliente não tem permissão de ingresso. A mesma pergunta, Se a temperatura estiver 40 graus, por exemplo, o que acontece?, o chacareiro fez ao funcionário da 406/407 Sul, cujo nome não se lembra. “Não entra”, ainda ecoa o tom desafiador. Mas a resposta não foi totalmente inesperada, foi até previsível. Talvez que a pergunta pareça insólita, é verdade. De fato tanto o Guilherme quanto funcionário o da Asa Sul ficaram meio desconcertados. De todo modo fica comprovada a falta de uma preocupação real, uma estratégia global, algo do gênero. O chacareiro imaginava uma resposta mais profissional, digamos. Nesse caso precisamos chamar uma ambulância para levar o cliente para o hospital ou pra casa, nesse caso o procedimento é acionar nossa brigada da CIPA...Ledo engano.
   Na vota, depois de passar na 209, fazer a receita para a filha e pegar seus copinhos de papel, o chacareiro não tinha mais nada a comprar mas se lembrou do Roberto e da promessa que fez. Ou Roberto foi nome mal inventado, ou estava de folga,ou o Guilherme tomou seu lugar. “Guilherme” é o nome que o chacareiro leu no crachá preso no segundo botão de cima da camisa de tons de verde do rapaz (é o uniforme da empresa), escalado hoje pra tomar a temperatura dos clientes que entram no supermercado. O nome não diz nada da educação da pessoa, mas este Guilherme respondeu ao chacareiro com bem melhor postura do que o outro de posição similar na loja da 406/407 Sul. Guilherme é da loja do Lago Norte. Fica em suspenso a questão: a gerência escalamos melhores para o Lago e os menos preparados para a Asa Sul? Por que? O que já pode ficar assentado é que foi com mais segurança e sobriedade que o Guilherme respondeu; acima de 37,5 o cliente não tem permissão de ingresso. A mesma pergunta, Se a temperatura estiver 40 graus, por exemplo, o que acontece?, o chacareiro fez ao funcionário da 406/407 Sul, cujo nome não se lembra. “Não entra”, ainda ecoa o tom desafiador. Mas a resposta não foi totalmente inesperada, foi até previsível. Talvez que a pergunta pareça insólita, é verdade. De fato tanto o Guilherme quanto funcionário o da Asa Sul ficaram meio desconcertados. De todo modo fica comprovada a falta de uma preocupação real, uma estratégia global, algo do gênero. O chacareiro imaginava uma resposta mais profissional, digamos. Nesse caso precisamos chamar uma ambulância para levar o cliente para o hospital ou pra casa, nesse caso o procedimento é acionar nossa brigada da CIPA...Ledo engano.

Edição das 11h30min de 14 de setembro de 2020

 Novamente o chacareiro precisou deixar seus afazeres prediletos. Recebeu um aviso pelo aplicativo do celular e foi na 208 Sul resgatar sua encomenda, um cento de copinhos de papel, feita no começo da semana. Saindo da estrada vicinal que leva ao Núcleo Rural Sobradinho dos Melos, coisa de 10 quilômetros chega ao balão que cruza a DF 001, que circunda o Plano Piloto de Brasília, cujo mapa mais parece um pássaro de asas abertas, ou um avião, ou uma borboleta, várias imagens podem ser evocadas. O chacareiro nesse caso mostra um veio menos fantasioso e gosta do que disse o urbanista que concebeu o projeto vencedor do concurso que, na década de 1950, definiu o planejamento da capital: “a idéia nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto”. Em meia hora estará passando por esse cruzamento, conhecido à época da construção da capital como Maço Zero, onde foi localizada à rodoviária. Antes porém, logo depois do balão do Paranoa, do lado direito de quem desce a rodovia do tamanduá, poucos conhecem pelo nome a via que liga o entroncamento nas MIs ao Balão do Paranoá, o chacareiro passou num viveiro e comprou um saco de terra preta e um saco de cama de frango, que misturados serão usados tanto para encher os copinhos de papel e fazer novas mudas como para fazer adubação de cobertura nas plantas crescidas. Pode-se perguntar por que comprá-los agora e andar com o carro mais pesado. O chacareiro justifica dizendo que até tem razão, é carregar peso à toa, quer dizer, teria razão, existe a possibilidade de ele voltar a passar por aí depois das seis da tarde, o viveiro fecha às 18 horas e, motivo principal, na ida o viveiro está na mão de quem vai, na volta o viveiro fica na mão contrária, sempre um risco a mais. O chacareiro prefere não dar chances ao azar, sempre que pode é assim que delibera. De mais a mais o peso dos dois sacos no porta-malas do seu Jeep não faz tanta diferença assim.
 Meia hora depois, pouco mais, pouco menos, ele está passando do Eixão Norte para o Eixão Sul, pelo que os brasilienses conheçem como buraco do tatu. Explicando: os eixos mencionados naquela frase emblemática receberam as alcunhas de Eixo Rodoviário e Eixo Monumental, sendo o Rodoviário no sentido norte sul e o Monumental no sentido leste oeste.  O urbanista solucionou a questão da circulação de veículos fazendo passar o Eixão rodoviário, as asas do avião, na imagem mais popularmente aceita, por baixo do eixo monumental (a fuselagem). Não chega a ser túnel, é uma passagem por baixo, buraco do tatu e um bom apelido. Ao longo do eixo rodoviário foram construídas quadras residenciais e ao longo do outro, o monumental, ficaram os setores hoteleiros, comerciais, bancários, de diversão, áreas de cultura e os  órgãos administrativos. E se existe o Eixão, existe os eixinhos, que correm mais ou menos paralelos a antigos rios da região. Isso porque o Plano Piloto de Brasilia foi construído num grande chapadão, banhado por alguns ribeirões e córregos, os principais são o Torto, o Bananal, o Gama, o Vicente Pires e o córrego Guará. Esses vários rios se juntavam e formavam o Rio Paranoá, que foi represado, dando origem ao atual Lago Paranoá. Mais pra frente, o chacareiro prefere assim, vai esmiuçar a história desse cursos d’água, gota por gota, prometido, por ora vamos acompanhar o Jeep do chacareiro que vai saindo do buraco do tatu, avistando o imponente prédio do Banco Central que mais parece um imenso brinquedo de montar LEGO. O confuso trajeto até a 208 Sul ele faz até de olhos vendados. Sai do Eixão pela agulhinha da 05/06 e faz a tesourinha pra pegar o eixinho de cima (seria estranho falar eixinho oriental e eixinho ocidental , mais coerentemente eles são chamados eixo L de leste e W emprestado do inglês west, oeste. No dia a dia são chamados de eixinho de baixo e eixinho de cima). Vai pegar o eixinho de cima mas tem que fazer outra tesourinha e descer o tobogã porque algumas ruas, a rua da igrejinha inclusive, 107/108, está fechada para “revitalização”. Depois que parte do Eixão na Galeria dos Estados desabou a obra virou prioridade. No balão da 405/406 vira à direita e pode seguir reto. A meio caminho se lembrou da nova receita que aprendeu e vai fazer para a filha: salsão, maçã verde, iogurte natural e castanha de caju. Ah filhos, filhos... No próximo balão desce a rua 406/407. Distraído, na entrada do supermercado se assusta com o funcionário apontando o medidor de temperatura. Ele sacou do coldre e devolveu à queima-roupa a pergunta que não quer calar, a resposta veio curta e grossa: não entra.
 Na vota, depois de passar na 209, fazer a receita para a filha e pegar seus copinhos de papel, o chacareiro não tinha mais nada a comprar mas se lembrou do Roberto e da promessa que fez. Ou Roberto foi nome mal inventado, ou estava de folga,ou o Guilherme tomou seu lugar. “Guilherme” é o nome que o chacareiro leu no crachá preso no segundo botão de cima da camisa de tons de verde do rapaz (é o uniforme da empresa), escalado hoje pra tomar a temperatura dos clientes que entram no supermercado. O nome não diz nada da educação da pessoa, mas este Guilherme respondeu ao chacareiro com bem melhor postura do que o outro de posição similar na loja da 406/407 Sul. Guilherme é da loja do Lago Norte. Fica em suspenso a questão: a gerência escalamos melhores para o Lago e os menos preparados para a Asa Sul? Por que? O que já pode ficar assentado é que foi com mais segurança e sobriedade que o Guilherme respondeu; acima de 37,5 o cliente não tem permissão de ingresso. A mesma pergunta, Se a temperatura estiver 40 graus, por exemplo, o que acontece?, o chacareiro fez ao funcionário da 406/407 Sul, cujo nome não se lembra. “Não entra”, ainda ecoa o tom desafiador. Mas a resposta não foi totalmente inesperada, foi até previsível. Talvez que a pergunta pareça insólita, é verdade. De fato tanto o Guilherme quanto funcionário o da Asa Sul ficaram meio desconcertados. De todo modo fica comprovada a falta de uma preocupação real, uma estratégia global, algo do gênero. O chacareiro imaginava uma resposta mais profissional, digamos. Nesse caso precisamos chamar uma ambulância para levar o cliente para o hospital ou pra casa, nesse caso o procedimento é acionar nossa brigada da CIPA...Ledo engano.