De Pé sobre o Muro de Berlim

De Sexta Poética
Revisão de 16h51min de 26 de agosto de 2009 por Ozymandias (discussão | contribs)
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Ei, Kameraden, quer um cigarro ?
Limpe o barro das suas botas encardidas
E se assente ao meu lado, com uma boa bebida
O tempo acabou, a revolução não existiu.

Todos foram prostituídos e vendidos
E eu também nesta decepção.
 
O poeta imortal não cantou
Que seus heróis morreram de overdose ?
Mas nós, meu amigo,
Somos loucos, loucos
Pois ainda somos velhos o suficiente
Para querer revolucionar.

Vamos pular o muro ?
Sozinho não vou conseguir ir
É tão mais fácil ficar aqui
Afinal, não há dor ou sofrimento
Quando você não luta.

Os sonhos antigos viram passado
Revoluções viram acomodações
Acalentado em prosas idosas
E nós aqui, rindo e bebendo, só isto.

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Há uma garota do outro lado
Ela insiste em piscar para mim
Ela veste uma farda e uma arma
Acho que ela quer o meu fim.

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Ah, mas eu continuo um bom egoísta
Quero ficar sentado sobre este muro
Soltando fumaça ao ar, com uma boa bebida
E, logicamente, tendo uma ótima companhia

(Sirva-se mais um pouco)

Vou ficar sentado sobre este muro
Quem sabe dormir um pouquinho
Deixar os revolucionários lá de baixo
Continuarem acreditando em si mesmos.

Vejo um lado e vejo o outro
Tanta coisa, e só penso em mim
Queria poder pular o muro e descer
Mas a moral e os bons costumes
Certamente não vão deixar.